Governo vai liberar empréstimos em troca de apoio contra impeachment de Dilma

Acompanhe - 20/04/2016

planaltoanoiteApós a derrota sofrida na Câmara, o governo recorre a uma estratégia similar à utilizada com os deputados para tentar barrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. A intenção é trocar apoio por vantagens, concedendo empréstimos que há tempos esperam por liberação para os estados e municípios.

Na lista dos estados que devem receber recursos estão Ceará e Piauí, no Nordeste, e Paraná, na Região Sul, como revela nesta quarta-feira (20) reportagem do jornal Estado de S. Paulo. Há também negociações envolvendo a liberação de empréstimo para Manaus, capital na Região Norte. Outra estratégia tem sido vitimizar a presidente Dilma diante dos fatos e tentar impor como golpe o processo de impeachment.

Um dos parlamentares já indicados pelo bloco para ser integrante da comissão especial do impeachment, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) acredita que a manobra do Palácio do Planalto não dará certo. Para o tucano, o governo Dilma já chegou ao fim.

“Não terá o menor resultado. Assim como não deu resultado aquela manobra do Lula enfurnado num quarto de hotel em Brasília distribuindo cargos no governo. O governo acabou. Essa é a realidade dos fatos. Com a votação na Câmara, com a larga margem com que foi aprovada, eu não tenho dúvida nenhuma que o governo está nos seus últimos dias. Esse tipo de manobra não vai dar certo”, afirmou.

Em viagem a Washington, nos Estados Unidos, Aloysio Nunes rebateu esta semana o discurso da presidente e de seus aliados. O tucano fez uma exposição sobre a situação política do Brasil numa série de encontros que manteve com políticos, empresários e jornalistas.

“Hoje quem acompanha os assuntos brasileiros sabe que o Brasil tem instituições sólidas, que a democracia está funcionando, que o impeachment é perfeitamente de acordo com a legislação. Inclusive, o próprio presidente Obama, quando esteve na Argentina, deu uma declaração muito positiva em relação à situação brasileira dizendo que tinha confiança na solidez das instituições democráticas do Brasil. Muito diferentemente do que diz Dilma, que fica alardeando, gritando pelos cotovelos essa farsa de golpe. Isso não cola nem aqui no Brasil e nem no exterior.”

Governistas consideram remota a chance de vencer na primeira votação, no Senado, prevista para 12 de maio. Se o governo perder essa batalha, a presidente será afastada por 180 dias até que os senadores façam o julgamento definitivo da petista.

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20/04/2016