Governos do PT atacaram BNDES e prejudicam atuação de empresas brasileiras, afirma tucano
A corrupção generalizada descoberta pela operação Lava Jato, promovida ao longo dos anos de governo do PT, pode trazer prejuízo direto ao Brasil no comércio bilateral com a Argentina. O alerta é do futuro embaixador brasileiro em Buenos Aires, Sérgio Danese. Em entrevista ao jornal Valor Econômico nesta quinta-feira (9), o diplomata comentou sobre o risco de perda de mercado para as empreiteiras brasileiras no país para concorrentes de outras partes do mundo, como europeus e até chineses, diante das dificuldades de financiamento, principalmente, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a situação é mais uma “herança maldita” deixada pelos governos petistas nesses 13 anos e quatro meses no comando do país. “Tivemos um tsunami ético-moral que acabou afetando o BNDES. Enquanto não esclarecer, não resolver todos os problemas gerados pelos catastróficos governos Lula e Dilma com os abusos e irregularidades cometidos não podemos fazer muito. Infelizmente, nesse momento, temos que aguardar o desenrolar das investigações e do levantamento que está sendo feito no BNDES e nos outros bancos para apurar as irregularidades nesses últimos anos. Lamentavelmente, nesse aspecto de construção [do país], teremos que aguardar, seja com a Argentina ou com qualquer outro país”, lamentou o parlamentar, que é vice-presidente presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional na Câmara.
Segundo o embaixador Danese, as construtoras nacionais participam atualmente de 11 projetos de infraestrutura no país vizinho. De acordo com matéria publicada nesta sexta-feira (10), dados oficiais comprovam que o BNDES, em meio à Lava Jato, enxugou os recursos disponíveis para a exportação de serviços de engenharia – principal fonte de financiamento às obras tocadas por construtoras brasileiras no exterior. O volume de desembolsos liberados em todas operações globais caiu de US$ 1,3 bilhão em 2013 para US$ 982 milhões em 2014.
No ano passado, houve novo recuo: saíram apenas US$ 528 milhões dos cofres do banco e, conforme apuração do Valor com uma grande empreiteira, nenhum desembolso é feito desde outubro. “Tem muito o que esclarecer no BNDES com esses empréstimos feitos a países estrangeiros, a empreiteiras que fizeram obras e serviços no exterior, por isso, é melhor ter um pouco de cautela com toda essa situação, independente, se vai perder ou não o mercado. Isso é uma questão que fica em segundo plano nesse momento, precisamos consertar o país, o BNDES e o estrago que foi feito”, destacou o tucano.
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