Hauly: Correios estão reféns da incompetência do governo petista

Auditoria revela que dobrou percentual de cartas entregues pela estatal com atraso

Acompanhe - 25/11/2010

Auditoria revela que dobrou percentual de cartas entregues pela estatal com atraso

Brasília (25) – Marcas do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a confiança e a credibilidade da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) foram substituídas pela impunidade e incompetência durante os dois mandatos petistas, comentou o economista e deputado Luiz Carlos Hauly (PR), ao avaliar a crise vivenciada pela estatal.

“A verdade é triste, mas incontestável. O governo petista está destruindo um dos maiores patrimônios da sociedade brasileira: os Correios e Telégrafos. O que fizeram com a estatal responsável pela entrega de correspondência no Brasil é algo lamentável, estou envergonhado de ver tanta impunidade e incompetência”, condenou o deputado. Durante anos, a estatal foi considerada símbolo de eficiência e confiabilidade.

A crise instalada nos Correios prejudicou sensivelmente os serviços postais no Brasil. De acordo com Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), em um ano, praticamente dobrou o percentual de correspondências entregues com atraso. A depender do tipo de encomenda, os atrasos quintuplicaram.

Os auditores apontaram os problemas com as empresas aéreas contratas para levar correspondências ao Brasil como uma das causas pelo “apagão postal”, como definiu Hauly. Atrasos e cancelamentos de voos da Master Top Linhas Aéreas obrigaram a estatal a gastar R$ 17 milhões adicionais com companhias substitutas.

A Master Top é aquela empresa aérea envolvida no escândalo da Casa Civil, que derrubou a ex-ministra Erenice Guerra. Conforme denúncia da imprensa, a companhia pagou uma “taxa de sucesso” – eufemismo para propina – a Israel Guerra, filho da ex-ministra, para renovar sua concessão na Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).

Ainda em relação ao atraso de cartas, segundo O Globo, até dezembro de 2009, o “resto médio” (carga destinada a cada carteiro e não entregue na data) diário de correspondências simples se mantinha em 5%. Em 2010, houve um salto para 9%. Nas entregas mais complexas, a parcela subiu de 1% para 5%. No caso do Sedex, em agosto, 14% das entregas atrasaram o triplo de 2009.

Na avaliação da auditoria, a falta de carteiros e operadores de triagem, associada à demora para realizar concursos, foi a principal causa dos problemas. Atualmente, os Correios padecem com a falta de estrutura física e material humano; e o concurso destinado a contratar mais de seis mil funcionários enfrenta uma batalha judicial.

As provas para o concurso, previstas para 28 de novembro, foram suspensas após uma liminar da Justiça Federal de Brasília. Supostas irregularidades na elaboração do edital motivaram a Justiça a pedir a suspensão do maior seleção em curso no País, que teve mais de um milhão de candidatos inscritos. Os Correios adiaram as provas, mas não marcaram nova data.

Para Hauly, os Correios chegaram ao “ao limite da desfaçatez e do desmando”. E concluiu: “A estatal vive um momento muito difícil e nenhuma providência foi tomada”.

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25/11/2010