Imbassahy: “Vamos exigir a instalação imediata da comissão que vai analisar o impeachment”
Brasília (DF) – Líderes do PSDB e dos partidos de oposição se reuniram nesta sexta-feira (04/03), na Liderança do PSDB no Senado, para discutir a atual crise política e cobrar do governo federal o respeito às instituições e ao trabalho de investigação realizado pela Operação Lava Jato. Na ocasião, o líder do PSDB na Câmara, deputado federal Antonio Imbassahy (BA), anunciou que as oposições pretendem, a partir da próxima segunda-feira, obstruir as votações no Congresso até que seja instalada a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“O que há de importante para ser discutido agora é a crise nacional, uma das crises mais graves que aconteceram e acontecem na história da República. A decisão é essa: nós vamos obstruir as votações e exigir a instalação imediata da comissão especial que vai analisar o impeachment da presidente Dilma. Essa é a nossa posição”, declarou.
Segundo Imbassahy, dois fatos foram extremamente relevantes para a decisão tomada pelas oposições nesta sexta-feira: a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo, que cita Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a deflagração da 24ª fase da Lava Jato, a Aletheia, que investiga Lula e pessoas ligadas ao petista.
“Isso atinge diretamente o núcleo político responsável por tudo o que aconteceu no país”, afirmou. O tucano garantiu que a comissão especial que estudará o impeachment deverá ser instalada mediante a indicação de lideranças partidárias de forma proporcional, como determinam a Constituição e o Supremo Tribunal Federal (STF).
“O que nós queremos e determinamos aqui é que essa comissão seja instalada o quanto antes, com base na decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal. É isso que a gente quer. O que não pode é ficar ad eternum sem se tomar uma decisão, e a comissão não ser instalada”, completou.
Nota das oposições
O encontro reuniu o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, os líderes do partido no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), os deputados federais Bruno Araújo (PSDB-PE), Caio Nárcio (PSDB-MG), Mariana Carvalho (PSDB-RO), entre outros, além de representantes do DEM, PTB, PPS e PSB.
Após a reunião foi divulgada a nota das oposições (https://www.psdb.org.br/nota-das-oposicoes-3/), documento assinado pelos partidos que diz que o rigor das investigações e a necessária apuração dos fatos trazidos à tona pela Operação Lava Jato “são imprescindíveis para estabelecer a verdade e determinar a responsabilidade de todos os envolvidos no maior escândalo de corrupção da história do país”.
O texto ressalta que os brasileiros “têm o direito de conhecer a verdadeira história do país, escondida, durante anos, pelas mentiras, pela manipulação e pela propaganda”. Os partidos de oposição também convocam a população a acompanhar os acontecimentos e rechaçar “reiteradas ameaças de radicalismos que só têm como objetivo esconder a verdade e dividir o país”.