Impossível dissociar Dilma Rousseff de Erenice Guerra

Senador Alvaro Dias lembra a parceria estabelecida desde o MME

Acompanhe - 16/09/2010

Senador Alvaro Dias lembra a parceria estabelecida desde o MME

Brasília (16) – O Palácio do Planalto orquestrou uma operação para desvincular a candidata oficial à Presidência, Dilma Rousseff (PT), da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, apontada como responsável por um esquema de tráfico de influência no órgão. O senador Alvaro Dias (PR), no entanto, refutou a ideia de dissociar uma da outra, pois o escândalo começou quando a presidenciável ainda era a ministra da pasta.

Como denunciou a revista Veja, no ano passado, Israel Guerra, filho de Erenice, teria intermediado contratos milionários de uma empresa de transporte aéreo com os Correios, mediante pagamento de propina. Nesta quinta-feira, a “Folha de S.Paulo” revelou ainda que Israel pediu uma “comissão”, em novembro último, a uma empresa energética para intermediar empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

Erenice, que não suportou a pressão e deixou o comando do ministério nesta quinta-feira, substituiu a candidata petista na Casa Civil no fim de março deste ano, quando esta saiu para concorrer à Presidência. Portanto, segundo Dias, Erenice não pode despontar isoladamente no epicentro do escândalo, porque os fatos mostram exatamente uma parceria a ser lembrada.

“A demissão é um sinal de confissão. Trata-se de uma decisão natural dos fatos”, afirmou Dias. “As denúncias são tão graves que a permanência da ministra nos quadros do governo federal tornou-se insustentável”, acrescentou o senador tucano.

Também houve uma parceria iniciou no Ministério de Minas e Energia. Nomeada no início do primeiro mandato petista, Dilma Rousseff conheceu Erenice quando esta era consultora jurídica da pasta. Com a queda do ex-ministro José Dirceu, em 2005, envolvido no escândalo do mensalão, a presidenciável transferiu-se para a Casa Civil, convidando a parceira para ocupar a secretária-executiva.

Instalada no Palácio do Planalto, Erenice Guerra deu ordem, em 2007, para a confecção de um dossiê com gastos com cartão corporativo da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. O “banco de dados”, como chamou na época, montado a pedido da então secretária-executiva era paralelo ao sistema oficial de controle de despesas com suprimentos de fundos do governo.

Em outro gesto de companheirismo, Dilma indicou Erenice Guerra para substituí-la na Casa Civil. O presidente estudava nomear Miriam Belchior, mas cedeu aos apelos da sua pupila para nomear a companheira dos tempos de Minas e Energia. “Dilma é responsável pela indicação da Erenice, tem de dar explicações sobre o comportamento dela”, cobra Dias.

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16/09/2010