Imprensa vira alvo em protestos a favor de Dilma e Lula
Se comparado com as manifestações do último domingo, quando mais de seis milhões de brasileiros foram às ruas de mais de 300 cidades brasileiras para pedir em coro Fora Dilma, Fora Lula e Fora PT, os defensores da continuidade da presidente Dilma Rousseff e de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva conseguiram reunir, de acordo com o jornal O Globo deste sábado (19), apenas 7% do público que protestou no último dia 13.
Sem muitos argumentos para defender Dilma e Lula, que esta semana foram flagrados em articulações para evitar uma possível prisão do ex-presidente, os manifestantes pró-governo voltaram a mostrar sua pouca tolerância ao trabalho de uma imprensa independente.
De acordo com reportagem publicada neste sábado pelo jornal Folha de S.Paulo, os manifestantes, muitos deles arregimentados por centrais sindicais aliadas ao PT, hostilizaram representantes da mídia que acompanhavam o ato, assim que já havia sido registrado na posse relâmpago de Lula para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, na última terça-feira, que está suspensa por decisão de ontem à noite do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
Em Brasília, manifestantes chutaram e bateram em um carro da TV Globo que parou em frente ao museu Nacional. Durante discursos no carro da CUT na capital federal, manifestantes criticam a emissora e o juiz Sergio Moro, mas também atacaram política econômica do governo Dilma.
Na avenida Paulista, em São Paulo, foram distribuídos panfletos em que um quepe militar aparece sobre o logo da emissora, onde está escrito “TV Golpe”. E em Vitória, Aracaju, Belém e Campo Grande, foram registrados protestos em frente às afiliadas da TV Globo. Uma equipe da emissora TV Verdes Mares, afiliada da Globo, foi hostilizada em Fortaleza.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, tentou justificar os gestos de hostilidade ao declarar ao jornal que a mídia incita o golpe.