Instabilidade e troca-troca de ministros afastam investidores e provocam desperdícios na área portuária
A recessão econômica e a instabilidade política do governo Dilma Rousseff afastam investidores e jogam pelo ralo dinheiro público por conta da precária estrutura portuária do país. Com mais de 7 mil quilômetros de costa marítima e uma das maiores redes fluviais do mundo, o Brasil precisa de investimento para dar competitividade logística ao escoamento da produção nacional. No entanto, o troca-troca de ministros e dirigentes atravanca o desenvolvimento dos portos brasileiros.
De acordo com matéria do jornal Correio Braziliense deste domingo (3), a Secretaria Especial da Pesca, desde sua criação em 2007, já foi ocupada por seis titulares. O ministro Hélder Barbalho (PMDB), da Secretaria Especial dos Portos, deixou a pasta na semana passada após o anúncio oficial do rompimento de seu partido com o governo. A diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) está vaga e é ocupado por um substituto desde fevereiro.
Segundo o jornal, enquanto obras de dragagens não homologadas provocam desperdício de quase R$ 700 milhões no Rio Grande do Sul, falhas em editais resultam em sala vazia no leilão de quatro áreas de Terminais de Uso Privado (TUPs) no Pará. O leilão, inclusive, foi obrigada a ser adiado devido à saída iminente do ministro Helder e, mesmo assim, também não havia atraído nenhum interessado.
Segundo o Correio, o atraso nas obras e o aumento do custo são outros fatores que emperram a modernização dos portos. É o caso, por exemplo, da dragagem no Porto de Vitória (ES) iniciada em 2012. O prazo para conclusão, previsto em dezembro do ano passado, passou para o fim deste ano e os gastos, inicialmente calculados em R$ 85,6 milhões, subiram para R$ 109 milhões. Outros problemas recorrentes no país são a sobreposição de órgãos públicos que interferem nas obras de infraestrutura e a falta de atuação conjunta.