José Aníbal afirma que reajuste além do essencial a servidor em tempos de crise “não faz sentido”
O senador José Aníbal (PSDB-SP), presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), reafirmou o compromisso do PSDB de barrar os reajustes salariais de servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, aprovados pela Câmara dos Deputados no último dia 2 e enviado para análise do Senado. Em entrevista ao jornal da CBN concedida na quarta-feira (8), o tucano destacou que a grave crise econômica enfrentada pelo Brasil é incompatível com qualquer tipo de aumento de gastos com o funcionalismo público.
“Aquela votação na Câmara, com relação aos reajustes, foi muito questionada e o Senado já está se preparando para rever aquela posição. Ainda é possível rever, fazer o que for possível fazer, considerando a situação de crise que o país está vivendo. É muito grave a crise. Nós acabamos de votar o limite da dívida pública para esse ano. Chegamos a R$ 170 bilhões, fora os R$ 400 bilhões de juros. Mais de meio trilhão de reais irão para a conta de todos os brasileiros”, argumentou.
“Em um momento como esse, conceder ajustes além daquilo que for absolutamente essencial não faz sentido. Os brasileiros estão perdendo emprego, perdendo renda. Esse público que está à deriva está na expectativa de bons sinais do Parlamento, para que a credibilidade necessária ao investimento possa acontecer”, acrescentou o senador.
O presidente do ITV também elogiou a Operação Lava Jato, mas salientou a necessidade de que as investigações sejam conduzidas com prudência, para que não haja nenhum tipo de avaliação precipitada.
“É preciso que se conheça todo o teor dessas delações, para que realmente possa haver um juízo de valor que seja mais objetivo. Senão, você fica criando uma situação de instabilidade que até agrava a crise”, ponderou.
“Isso não significa interromper qualquer procedimento da operação. Eu disse outro dia que a Lava Jato é uma instituição. Se fizerem uma pesquisa, como fazem as vezes, em que aparece o Corpo de Bombeiros em primeiro lugar na apreciação da população, provavelmente a Lava Jato apareça em primeiro. Isso não se discute mais. A questão é o procedimento, fazê-lo de forma que o resultado seja justo, e promova justiça”, completou.
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