Juros devem cair com aplicação de medidas econômicas, anuncia ministro Meirelles
“Medidas, que buscam tentar conter o crescimento dos gastos públicos, são o primeiro passo para a retomada do crescimento do país”, diz Hauly
Brasília (DF) – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou, nesta segunda-feira (30), em evento com empresários em São Paulo, que as taxas de juros devem cair como consequência da aplicação das medidas econômicas anunciadas pelo governo na semana passada, que buscam a estabilização da economia. Hoje, a taxa básica de juros, a Selic, está em 14,25%. As informações são do portal G1.
“A taxa neutra vai caindo normalmente, como aconteceu em outros países. Isso é consequência das medidas de equilíbrio macroeconômico, não é algo voluntarista. Temos todo um processo de ajuste gradual da macroeconomia”, afirmou Meirelles.
Na avaliação do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), as medidas, que buscam tentar conter o crescimento dos gastos públicos, são o primeiro passo para a retomada do crescimento do país. “Estamos na expectativa de que caia a taxa de juros e, consequentemente, a despesa que o país tem. O Brasil paga, hoje, a maior taxa de juros do mundo. Espero que as medidas sejam suficientes para poder fazer o país voltar a crescer e prosperar”, disse.
A reportagem destacou que uma das medidas a que se refere Meirelles é a apresentação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento do gasto público. Para o ministro, com o aumento da previsibilidade, o risco-país diminui, abrindo espaço para a redução dos juros.
O tucano ressaltou que, ao anunciar o pacote de medidas, a gestão do presidente em exercício Michel Temer mostrou um “conteúdo de credibilidade” há tempos não visto. “Acreditamos que, agora, o Brasil pode retomar o crescimento perdido há tantos anos com o governo da presidente afastada Dilma Rousseff, que colocou o país na maior crise da história, uma recessão sem precedentes”, afirmou.
Segundo o ministro, no curto prazo, o mais importante é melhorar a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB). Para Meirelles, a retomada do crescimento deverá ocorrer nos próximos meses com a volta da confiança por parte das empresas e dos consumidores. “Temos uma clareza de como reverter essa dinâmica. Precisamos restaurar a confiança na sustentabilidade da dívida, em resumo, a solvência do país no futuro”, disse.
Ainda de acordo com a reportagem, a equipe econômica trabalha com a proposta de crescimento real zero dos gastos públicos, ou seja, o incremento da despesa será de no máximo a inflação do ano anterior. “Queremos um crescimento zero a partir do momento em que a inflação se estabilize”, declarou o ministro.