Líder defende ida de Cavendish e Pagot à CPI, mas governistas blindam convocação
O senador Alvaro Dias defendeu a convocação de Fernando Cavendish e Pagot, afirmando serem elas urgentes, inadiáveis e imprescindíveis para o curso da investigação na CPI Mista.

Brasília – Com o voto contrário e o protesto veemente do Líder do PSDB, Alvaro Dias, os membros da CPI Mista que investiga as relações ilícitas entre o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados decidiram, na sessão administrativa desta quinta-feira (14/06), sobrestar a votação de requerimentos de convocação do dono da Delta, Fernando Cavendish, e do ex-diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot. Com essa decisão, senadores e deputados não puderam votar nem a favor nem contra as convocações, e a votação dos requerimentos fica adiada para o futuro.
O senador Alvaro Dias defendeu a convocação de Fernando Cavendish e Pagot, afirmando serem elas urgentes, inadiáveis e imprescindíveis para o curso da investigação na CPI Mista.
“O depoimento, na pior das hipóteses, coloca o mal à luz para que ele possa ser identificado e reconhecido pela opinião pública. Cavendish é uma das estrelas deste esquema de corrupção, e já foram identificados inclusive o repasse de bilhões de reais da Delta para empresas laranja e criminosos que estão sendo investigados pela CPI. Já Pagot disse que foi derrubado por Cachoeira e pela Delta, por isso, ele tem o direito de vir na CPI falar ”, disse.
No início da reunião administrativa da CPI, foram aprovados os requerimentos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos governadores de Goiás, Marconi Perillo, e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.
Repúdio à seleção de alvos
Ao falar no Plenário sobre a decisão tomada pelos membros da CPI Cachoeira de adiar a convocação de Pagot e de Fernando Cavendish, o Líder do PSDB afirmou que as provas levantadas pelas investigações da Polícia Federal revelando o recebimento de volume expressivo de recursos do governo federal pela Delta, utilizados no pagamento de propina, seria suficiente para justificar a tomada de depoimentos dos dois.
O Líder, na tribuna, fez uma defesa enfática do instituto da CPI, e disse ainda esperar que as convocações possam ser aprovadas nas próximas reuniões da CPI.
“Se não ressuscitarmos a crença nesta CPI estaremos afrontando uma instituição parlamentar essencial no Estado de Direito Democrático. Temos esperança de retomar o bom caminho. Acreditamos ainda na possibilidade de convocarmos essas pessoas, de quebrarmos o sigilo bancário de Fernando Cavendish para mostrar ao país o que ocorreu. Se não fizermos isso, terminaremos não a CPI, mas terminaremos uma farsa”, disse o senador tucano.
Ao analisar a decisão da bancada governista de não votar os requerimentos de convocação de Pagot e Cavendish, o senador Alvaro Dias se disse forçado a acreditar que havia procedência nas especulações sobre orientação política do governo na CPI no sentido de não aprofundar as investigações.
“Hoje somos forçados a acreditar que essas especulações têm sim razão de ser. Há, sim, orientação política nesta CPI. O seu objetivo não é investigar a empresa Delta e as suas conexões com o setor público. O objetivo é selecionar alvos”, destacou o tucano, concluindo em seguida: “ou convocamos quem devemos convocar, ou teremos que assinar embaixo da seguinte declaração: a CPI é uma farsa!”
Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado