Líder solicita informações sobre denúncias de corrupção no governo e lamenta decisões da CPI do Cachoeira
Líder do PSDB solicita ao Tribunal de Contas da União que seja realizada auditoria nos contratos de operações de crédito realizadas pelo Banco do Nordeste no período de 2009 a 2011, quando teria sido realizada a maioria das operações fraudulentas realizadas no banco. Somados, os valores dos financiamentos chegam a R$ 100 milhões, e a dívida com o banco a R$ 125 milhões.

Brasília – As denúncias sobre a existência de um esquema que desviava recursos do Banco do Nordeste nas operações de liberação de crédito para investimentos e compra de carros e máquinas motivaram a apresentação, pelo Líder do PSDB, Alvaro Dias, de um requerimento de informações e de um pedido de auditoria. O senador anunciou o protocolo dos requerimentos à Mesa , na sessão plenária desta sexta-feira (15/06). O Líder também apresentou pedido de informações ao ministro do Turismo sobre as denúncias de favorecimento nos convênios e parcerias firmados com o Instituto Marca Brasil.
Nos requerimentos, o Líder do PSDB solicita ao Tribunal de Contas da União que seja realizada auditoria nos contratos de operações de crédito realizadas pelo Banco do Nordeste no período de 2009 a 2011, quando teria sido realizada a maioria das operações fraudulentas realizadas no banco. Somados, os valores dos financiamentos chegam a R$ 100 milhões, e a dívida com o banco a R$ 125 milhões. Segundo matérias divulgadas pela imprensa, as empresas obtiveram empréstimos do banco com notas fiscais falsas, usando laranjas ou fraudando assinaturas, e os recursos teriam sido desviados para campanhas eleitorais. “Meu requerimento tem por objetivo verificar, por intermédio de auditoria do TCU, se os recursos públicos colocados à disposição dos gestores do Banco do Nordeste foram utilizados de maneira adequada”, justifica o Líder do PSDB.
Em outro requerimento, desta vez de informações, o senador tucano pede ao ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, que esclareça os resultados de auditoria promovida pelo órgão junto ao Banco do Nordeste, para apurar as denúncias reveladas pela revista Época. “O requerimento tem por objetivo solicitar da CGU cópia, na íntegra, da auditoria realizada na instituição, a fim de se obter informações mais claras e objetivas sobre a destinação dos recursos públicos envolvidos nas operações de crédito realizadas pelo Banco do Nordeste”, explica o Líder.
Favorecimento no turismo
O terceiro requerimento apresentado pelo senador Alvaro Dias nesta sexta-feira diz respeito à denúncia divulgada pelo jornal Estado de S.Paulo, que publicou diversas matérias apontando que o favorecimento do Instituto Marca Brasil por servidores do Ministério do Turismo na destinação de recursos do órgão. De acordo com o jornal, o Instituto Marca Brasil tornou-se um dos campeões em pagamentos do Ministério durante o tempo em que um aliado da empresa atuava a seu favor no Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico da Pasta.
No requerimento de informações, o Líder do PSDB solicita ao ministro Gastão Vieira, do Turismo, esclarecimentos sobre questões tais como: Quantos convênios e termos de parceria foram firmados entre o Ministério do Turismo e o Instituto Marca Brasil, de janeiro de 2003 até a presente data; qual o total de recursos repassados a essa entidade durante esse período; qual a participação do Instituto Marca Brasil no total de recursos liberados pelo Ministério do Turismo para entidades privadas de janeiro de 2003 até a presente data; se o Ministério do Turismo tem conhecimento de algum vínculo ou alguma relação entre a diretoria do Instituto e servidores da pasta; entre outros questionamentos (leia a íntegra dos requerimentos).
CPI do Cachoeira
No discurso, o Líder também manifestou inconformismo com as últimas decisões da CPMI do Cachoeira, cuja maioria governista rejeitou as convocações de Luiz Antônio Pagot e Fernando Cavendish: “Esse é um fato que faz transparecer a existência de orientação política e recupera as denúncias de que essa CPI só foi instalada para atender o desejo de alguns governistas de jogar para as calendas o julgamento do mensalão. A CPMI seria utilizada como instrumento de pressão, como forma de chantagem para encurralar oposicionistas e até ministros do Supremo Tribunal Federal, fato que veio à tona em razão de uma conversa, em Brasília, do ex- presidente com o ministro Gilmar Mendes. Por que se instalou esta CPMI se ela não quer investigar o que é essencial? O grande escândalo está para ser revelado ao povo brasileiro. É o desvio de bilhões de reais dos cofres públicos através do superfaturamento de obras e serviços prestados, especialmente, pela empresa Delta, em parcerias com empresas-laranja, agentes públicos e privados. Portanto, fato determinado da CPMI é a Delta. E não trazer Fernando Cavendish é uma afronta à boa intenção. O que nós desejamos é insistir para que essa CPMI não seja a razão de um desgaste ainda maior desta instituição. Nós ainda temos esperanças de que seja possível recuperá-la no curso do tempo”, disse o Líder.
Cristiane Salles e Eduardo Mota – Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado