Líderes do PSDB protestam contra emenda que amplia RDC para o PAC
Na terça-feira (15), o deputado Bruno Araújo (foto) anunciou que a legenda iria obstruir as sessões ordinárias em plenário enquanto a proposta estivesse na pauta. Ontem, o líder reforçou o posicionamento. “Enquanto houver RDC no horizonte, o PSDB vai obstruir”, disse o parlamentar.
Brasília – Por falta de acordo, a votação da Medida Provisória 556/11, prevista para esta quarta-feira (16), foi adiada para a próxima semana. O relator da matéria, Jerônimo Goergen (PP-RS), acatou em seu parecer, a pedido do governo, a ampliação do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), escolas, creches, quadras esportivas e postos de saúde. A alteração foi duramente criticada pelos líderes do PSDB, Bruno Araújo (PE), e da Minoria na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (SP).
Segundo Mendes Thame, a modificação abre brechas para o desvio de recursos públicos. Para ele, o adiamento da análise da MP foi uma atitude sensata. “Afortunadamente o bom senso jogou para frente a votação dessa medida, na qual estava inserido um contrabando estendendo o regime de diferenciação nas contratações para todas as obras do PAC. Ou seja, iria incluir mais 8 mil obras e todas aquelas do setor de educação”, disse. “Seria o caminho para uma grande esculhambação e negociata. Isso iria abrir de uma forma dificílima de controlar as licitações para aumentar graves desvios de verbas, como alertou o Ministério Público”, criticou.
O deputado lembrou que o regime foi criado no ano passado para acelerar as obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Conforme destacou, a modalidade não prevê a obrigatoriedade de um projeto básico para licitações. De acordo com o parlamentar, com o RDC é possível diminuir de 250 para 80 dias o prazo entre a abertura do edital e a contratação da companhia.
“Esse regime vai diminuir o prazo, mas não os preços. Ele permite que eu contrate sem que a empresa saiba o preço — o preço que o governo acha o normal pagar. É no escuro!”, criticou.
Do portal do PSDB na Câmara