Lula faz “incitação ao confronto” em discurso a sindicalistas, avaliam tucanos

Acompanhe - 24/03/2016

RS_Lula_Casa_Portugal_Foto_Ricardo_Stuckert23032016_22-850x567 (1)Brasília (DF) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de encontro com centrais sindicais de São Paulo nesta quarta-feira (23). No discurso, que durou mais de uma hora, o petista conclamou os sindicalistas a pressionar os procuradores e policiais responsáveis pela Operação Lava Jato quanto aos efeitos econômicos da investigação.

Para o deputado federal Max Filho (PSDB-ES), o funcionamento das instituições republicanas é uma conquista de todos que verdadeiramente lutaram pela democracia no país. “A incitação a fazer com que elas deixem de funcionar para atender interesses menores é um ato que conspira contra a prática democrática”, afirmou.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo desta quinta (24), Lula ainda reclamou do juiz Sergio Moro e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. “Queria que vocês procurassem o juiz Moro para perguntar quanto já deu de prejuízo à sociedade brasileira. Se não é possível combater a corrupção sem quebrar as empresas, sem gerar desemprego. Quando tudo isso terminar, você pode ter muita gente presa, mas pode ter milhões de desempregados neste país”, disse.

Na avaliação do deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC), os comentários de Lula corroboram a prática de “divisão do país” que o PT tem adotado. “O combustível do PT é a mentira. Eles têm esse intuito separatista desde sempre e, agora, em um momento de desespero, tentam essa última cartada de tentar jogar as centrais sindicais para que pressionem as nossas instituições”, disse.

O ex-presidente disse estar “enojado” com o tratamento recebido pela imprensa e pelos investigadores, e insistiu para que os sindicalistas questionassem o impacto da Lava-Jato. “Já ouvi falar que são R$ 200 milhões em prejuízos. Da mesma forma que vocês falam com a Dilma, vocês têm que procurar a força-tarefa e perguntar se eles têm consciência do que estão fazendo com o país”, ressaltou.

O parlamentar acredita, no entanto, que o pedido do ex-presidente não surtirá efeito pois o Brasil está “mais consciente” da corrupção instalada no governo Dilma Rousseff. “A população viu quem é o PT e não confia mais. Há algum tempo, essa incitação ao confronto surtia efeito. Hoje, não mais. Tenho certeza que a Justiça não se curvará a esse jogo sujo do PT”, completou.

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24/03/2016