“Lupi deveria pedir perdão por mentir ao País”, diz Alvaro Dias

“O ministro, que subestima a inteligência dos brasileiros, teria atitude mais digna se viesse ao Senado pedir perdão por ter mentido ao país. A permanência dele no ministério compromete o governo Dilma Rousseff”, disse o líder do PSDB no Senado

Acompanhe - 17/11/2011
Lupi: agora diz que andou no avião fretado pelo empresário Adair Meira

Brasília – “O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, mentiu na audiência realizada na Câmara dos Deputados na semana passada, e aqui no Senado, na tentativa de justificar o injustificável, se torna ainda mais ridículo perante a opinião pública. O ministro, que subestima a inteligência dos brasileiros, teria atitude mais digna se viesse ao Senado pedir perdão por ter mentido ao país. A permanência dele no ministério compromete o governo Dilma Rousseff”. Esta afirmação foi feita pelo Líder do PSDB, Alvaro Dias, após questionar o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em audiência realizada na manhã desta quinta-feira (17/11) na Comissão de Assuntos Sociais.

Após ouvir explanação inicial do ministro Carlos Lupi, o Líder do PSDB afirmou que em audiência na Câmara, todos ouviram afirmação dele de que não usou o avião de um empresário, e na Comissão de Assuntos Sociais, nesta quinta, Lupi diz que viajou. Para Alvaro Dias, questões como se ele tem relacionamento com o empresário Adair Meira ou suas considerações sobre a presidente da República seriam irrelevantes diante do fato de que ele cometeu crime de responsabilidade.

“Não importa mais saber se ele tem ou não relações com o empresário Adair Meira, não importa saber se ele ama ou não a presidente da República, não importa discutir quem pagou o avião. O fato concreto hoje é que o ministro Lupi mentiu ao afirmar, na Câmara, que não viajou naquele avião, e ao mentir incorreu em crime de responsabilidade. Suas mentiras desrespeitaram o Parlamento, afrontaram a sociedade e desmoralizaram o próprio ministro. A permanência de Lupi no Ministério do Trabalho compromete o governo e a presidente Dilma, pois não se trata mais de omissão, mas de conivência, de cumplicidade”, afirmou o senador tucano.

Durante a audiência, o senador Alvaro Dias questionou o ministro sobre a nomeação da servidora Ana Paula da Silva, em março de 2009, para exercer o cargo em comissão de coordenadora-geral de Certificação e Orientação Profissional, do Departamento de Qualificação da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego da pasta. Segundo o Líder tucano, Ana Paula foi nomeada por Erenice Guerra, em maio de 2010, para o cargo de Diretora de Qualificação do Ministério, responsável por firmar e controlar os convênios de qualificação profissional. Alvaro Dias explicou que Ana Paula foi condenada pelo TCU em outubro de 2009, por não ter prestado contas na época em que ocupou o cargo de Tesoureira do PDT de Santa Catarina, portanto, acabou sendo promovida no Ministério mesmo sofrendo condenação do Tribunal de Contas da União.

“Após condenada pelo TCU por se recusar a prestar contas quando tesoureira de seu partido, Ana Paula foi promovida no Ministério para uma diretoria que responde pelo exame das prestações de contas dos convênios, ou seja, um verdadeiro acinte à moralidade. Como explicar a nomeação de uma pessoa condenada por se recusar a prestar, justo para o setor onde se analisa a prestação de contas? É o mesmo que colocar o cabrito cuidando da horta”, afirmou o Líder do PSDB.

Ainda na audiência, Alvaro Dias contestou a declaração de Carlos Lupi, de que não existe aparelhamento político no Ministério do Trabalho. “Todos nós sabemos que há, pois esse é o modelo não só na pasta do trabalho, mas em todas as outras. Este é o modelo adotado pela presidente da República, que loteou o governo, constituiu capitanias hereditárias, e os partidos se transformaram em donatários, administrando as capitanias, ou ministérios, como se fossem suas propriedades. Há um aparelhamento visível neste governo, e esse aparelhamento é a fábrica de escândalos de corrupção que estamos assistindo”, afirmou o Líder.

Eduardo Mota – Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado

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17/11/2011