Meirelles afirma que crise de 2016 pode ser a maior desde que o Brasil começou a calcular o PIB
Em reunião com empresários realizada nesta quarta-feira (8) no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a crise econômica vivida pelo Brasil em 2016 pode ser a maior desde o início do cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) no país, na década de 1920.
De acordo com matéria publicada pelo jornal O Globo, Meirelles também ressaltou que a situação resulta do descontrole das contas públicas durante os anos da gestão de Dilma Rousseff. Como exemplo, o ministro citou que, entre 2008 e 2015, as receitas do governo cresceram apenas 17%, enquanto os gastos aumentaram mais de 50%.
Para o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), o quadro apontado por Meirelles deve realmente se confirmar no final do ano. O tucano acredita que a falta de responsabilidade com os gastos públicos durante a gestão petista é a principal causa da crise enfrentada pelo país.
“A situação é caótica. Esse governo [Dilma] nunca se preocupou com a Lei de Responsabilidade Fiscal, e o mais grave, não só não se preocupou como nunca apresentou os dados com transparência, sempre maquiou as informações, e acabou chegando onde chegamos. Na prática, é isso mesmo [maior crise desde os anos 20]. A situação é crítica em função do rombo e a gente não sabe, ainda, se esse rombo já apurado é real. Pode ser muito maior, em função da falta de informação e de transparência”, analisou.
Apesar da previsão negativa, o ministro da Fazenda revelou a melhora no ambiente para investimentos desde que Michel Temer assumiu a presidência. A reportagem da Folha destaca que, segundo o próprio Meirelles, o Ministério tem recebido empresários dispostos a tirar da gaveta antigos projetos deixados de lado. “Os investidores já começam a colocar a cara fora da caverna”, comentou. “O processo começa a ser revertido quando o governo prova que controla as próprias contas”, acrescentou o ministro.
Izalci acredita que a gestão do peemedebista já deu algumas sinalizações no sentido de retomar a confiança do mercado. O parlamentar ainda citou o projeto de prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2023 – aprovado na Câmara nesta quarta-feira – como uma importante vitória no caminho para a estabilidade econômica.
“A saída da Dilma já foi o primeiro passo. A aprovação da DRU, que acabamos de votar agora também, flexibiliza bem a gestão. Sem a aprovação da DRU, dificilmente você teria condições de administrar a gestão pública, em função do engessamento do orçamento. Essa aprovação demostra realmente que o governo Temer pelo menos conta com o apoio do Congresso, da base, e isso pode sinalizar realmente uma questão muito positiva para o resgate da economia”, disse Izalci.
“Vamos aprovar agora, em regime de urgência, a legislação sobre a questão das estatais, dos fundos de pensão, moralizando a gestão, para não deixar o aparelhamento tomar conta. Essas medidas sinalizam uma seriedade, e acabam ajudando muito no resgate da economia”, acrescentou o tucano.
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