Deputado Miguel Haddad diz que CPI do BNDES foi “amputada”

Para o líder da oposição, Comissão foi impedida de convocar Lula, suspeito de ter se beneficiado com empréstimos concedidos pelo banco

Acompanhe - 25/02/2016
Miguel Haddad foto PSDB SPAo votar contra o relatório final da CPI do BNDES, o líder da Oposição, deputado Miguel Haddad (PSDB-SP), vice-presidente da comissão, afirmou, nesta quinta-feira (25), que “há uma clareza absoluta que essa CPI foi uma meia CPI”. Na quarta-feira, o PSDB havia pedido o indiciamento do ex-presidente Lula por crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. O parecer do relator, deputado José Rocha (PR-BA), no entanto, não indiciou nenhum suspeito de irregularidades em operações do banco.

“A CPI, na verdade, foi amputada, não se permitiu que a comissão ouvisse os principais suspeitos como é o caso de Lula e dos diretores da JBS”, denunciou o líder.

Segundo Miguel Haddad, as denúncias de corrupção no BNDES estão baseadas principalmente nas delações de Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo, e José Carlos Bumlai, amigo de Lula e envolvido na Operação Lava Jato, que deixaram claro a prática de tráficos de influência para a liberação de empréstimo feita pelo banco.

O deputado explicou que o financiamento subsidiado para empresas direcionadas foi “a forma de o ex-presidente levar dinheiro barato, dinheiro do povo, e que inclusive aumentou a dívida pública brasileira”.

O líder lembrou ainda que, de 2008 a 2014, o BNDES destinou mais de R$ 500 bilhões em empréstimos a empresas, valor equivalente a 10% do PIB brasileiro. Ou 21% dos recursos para financiamentos no país. “Além disso, o banco captou dinheiro no mercado a juros bem maiores do que aquele que emprestou a pessoas indicadas por Lula e, no final, quem pagou a conta foi a população brasileira”, protestou Miguel Haddad.

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25/02/2016