Ministério Público investigará familiares do governador petista do DF
O Ministério Público Federal investigará parentes do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), suspeitos de enriquecer de modo ilegal. A ação foi motivada após denúncia feita pelo deputado federal do PSDB, Fernando Francischini (PR), e depois de a revista IstoÉ publicar indícios de crime que envolveriam familiares do petista. Segundo o semanário, a mãe, os irmãos e um sobrinho do governador acumularam, em apenas três anos, mais de R$ 10 milhões em diversos bens.

Brasília – O Ministério Público Federal investigará parentes do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), suspeitos de enriquecer de modo ilegal. A ação foi motivada após denúncia feita pelo deputado federal do PSDB, Fernando Francischini (PR), e depois de a revista IstoÉ publicar indícios de crime que envolveriam familiares do petista. Segundo o semanário, a mãe, os irmãos e um sobrinho do governador acumularam, em apenas três anos, mais de R$ 10 milhões em diversos bens. A suspeita é que essas pessoas serviram como laranjas em desvios de recursos públicos do Ministério do Esporte, chefiado por Agnelo entre 2003 e 2006.
O deputado Fernando Francischini (PR) também solicitará uma sindicância na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão comandado pelo petista após sua saída do Ministério do Esporte. O parlamentar quer apurar a compra de uma casa pelo governador. Documentos apresentados pelo deputado do PSDB levantam suspeitas sobre a transação. Ele quer ouvir na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara o casal Glauco Alves e Juliana Roriz Suaiden Alves e Santos.
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Ex-diretor do órgão regulador, Queiroz autorizou o funcionamento de uma importadora de medicamentos de Alves, a Saúde Import. A liberação teria acontecido em abril de 2008. Como mostra Francischini, o empresário era dono da moradia adquirida pelo petista. Ele teria vendido uma casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, por R$ 400 mil. O tucano avalia que só o terreno custa em média R$ 1 milhão.
O tempo para a concessão pode variar de oito a doze meses. A Saúde Import conseguiu a liberação em dois meses, segundo a pesquisa do deputado.
O parlamentar pretende esclarecer ainda a origem do dinheiro usado pela mãe e irmãos do governador na compra de franquias de três restaurantes, quatro lojas, além de uma fazenda de gado. Ele recolheu assinaturas para criar uma CPI com o objetivo de investigar a atuação do agora governador quando estava no ministério e na Anvisa. Faltam 40 rubricas para as 171 necessárias.
Francischini vê forte indício de crime de improbidade administrativa, corrupção e lavagem de dinheiro. A família do petista costuma dizer que vem de origem humilde, bandeira defendida na campanha. Dessa forma, os indícios apontam que o patrimônio de R$ 10 milhões pode ser proveniente de atos ilícitos.
“Estou requerendo ao atual presidente da Anvisa que faça sindicância interna no órgão para apurar o que aconteceu. Encaminho ao Procurador Geral da República os documentos desta denúncia para que possamos chegar à conclusão dos crimes que foram cometidos”, disse. “E para o Superior Tribunal de Justiça tomar a decisão, que é o pedido de prisão que apresentei, além do bloqueio dos bens do governador.”
Acusações
O governador do Distrito Federal é acusado de receber parte de recursos desviados por uma ONG investigada pela Justiça que mantinha convênios com o Ministério do Esporte na época em que ele chefiava o órgão. Os desvios de recursos públicos envolviam a criação de convênios com organizações de fachada que, para serem parceiras do ministério, pagariam propinas para os principais nomes da pasta.
Agnelo Queiroz também é suspeito de ajudar o PM João Dias, pivô do escândalo que derrubou o ex-ministro Orlando Silva, a forjar provas que comprovariam o desvio de R$ 2 milhões do Programa Segundo Tempo.
(Assessoria de Imprensa da Executiva Nacional com Diário Tucano)