Ministério Público quer a reprovação das contas do PT de Minas por sonegação de R$ 6,2 milhões
Brasília – O Ministério Público Federal (MPF) pediu a reprovação das contas de 2014 do diretório do PT em Minas Gerais. Segundo a procuradoria, o PT-MG sonegou impostos referentes a R$ 6,2 milhões em despesas com pessoal.
Outras irregularidades também foram identificadas, como a ausência de registro de repasses a candidatos e de comprovação de gastos com empresas.
“Não é minimamente aceitável que um partido, que vive em grande parte de recursos públicos, cometa crime contra a ordem tributária por deixar de recolher tributos, e ainda tenha sua prestação de contas aprovada”, destaca o parecer do procurador Patrick Salgado Martins.
Para o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), a situação reforça a ideia de que o PT “tem pouco apreço às regras, às leis que norteiam o mundo oficial”.
“Nós temos assistido, diariamente, o Partido dos Trabalhadores praticar procedimentos sem a observância da legislação. Isso acontece nacionalmente, e também no âmbito regional. Não é surpresa, portanto, ver que o diretório estadual também atuou em desacordo com as normas”, destacou o tucano.
Sob suspeita
Em 2014, o PT de Minas Gerais lançou o ex-ministro Fernando Pimentel ao governo estadual e venceu a disputa. Abi-Ackel avalia que a eleição do petista está “mais do que sob suspeita”, em virtude dessas denúncias e de outras apresentadas anteriormente, e que estão em avaliação pela Justiça Eleitoral.
“Há os pareceres do Ministério Público pedindo a reprovação das contas, e também tramitam ações interpostas contra a diplomação de Pimentel. São elementos suficientes para que a Justiça faça a sua parte, sempre respeitando o amplo direito de defesa”, declarou o deputado.
Entre as possíveis irregularidades citadas na candidatura de Pimentel estão a realização de gastos acima do limite declarado e a existência de um caixa de campanha paralelo ao oficial.