Mudanças climáticas demandam ações urgentes de autoridades

Acompanhe - 14/01/2024

Por Marconi Perillo*

O Brasil pode liderar a economia verde no mundo, conciliando desenvolvimento com a conservação da biodiversidade, criando e aprimorando políticas públicas sérias de reflorestamento e preservação. Para isso, porém, também é necessário descarbonizar a economia –investindo em tecnologia e inovação– e trabalhar por um mercado de crédito de carbono efetivo na compensação, que equilibre de verdade as emissões de gases estufa.

O país tem um potencial natural significativo para se tornar líder mundial em energia limpa. Há abundância de recursos:

– vento para energia eólica;
– água para energia hidrelétrica;
– sol para energia fotovoltaica; e
– terra para energia de recursos totalmente renováveis, como a cana-de-açúcar.

É preciso avançar nessa agenda com responsabilidade e sem desmatar florestas nativas. Além disso, é essencial combater o greenwashing, que envolve a representação enganosa de práticas ou produtos como sustentáveis.

O ano de 2023 entrou para a história como o mais quente já registrado, de acordo com o relatório do observatório europeu Copernicus. A Terra ficou, em média, 1,48 °C acima do nível pré-industrial (meados do século 19), muito perto de 1,5 ºC, estabelecido como “limite seguro” pelo Acordo Climático de Paris em 2015.

O Fórum Econômico Mundial divulgou um ranking de riscos globais e o clima extremo está no pódio dos fatores com maior probabilidade de desencadear uma crise global. Não há escolha: investir numa economia sustentável é garantir o amanhã.

Durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o PSDB tomou medidas significativas que ecoam até os dias atuais. A assinatura, na época, do Protocolo de Kyoto e a sanção da Lei de Crimes Ambientais demonstraram o comprometimento do Brasil em enfrentar as questões ambientais em nível internacional e nacional.

Além disso, também sob FHC, houve a criação da medida provisória 1.511 de 1996, que ampliou a área de Reserva Legal Amazônica.

Assim como nos governos de FHC, atualmente, a sustentabilidade deve permear as decisões e os incentivos federais.

*Marconi Perillo, 60 anos, é o atual presidente Nacional do PSDB. Foi governador de Goiás por 4 mandatos (1999-2006 e 2011-2018), também foi deputado estadual, deputado federal e senador pelo Estado

Artigo originalmente publicado no portal Poder 360 neste domingo (14.jan.2024): https://www.poder360.com.br/opiniao/mudancas-climaticas-demandam-acoes-urgentes-de-autoridades/

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14/01/2024