Nota de Tombini reflete “incapacidade” do governo em gerir o país, avalia Hauly

Na véspera da primeira reunião do Copom, o presidente do Banco Central se curvou às pressões do PT e da presidente

Acompanhe - 20/01/2016

luiz carlos hauly foto Agencia CamaraBrasília (DF) – Na véspera da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre nesta quarta-feira (20), o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, se curvou às pressões do PT e da presidente Dilma Rousseff sinalizando que o banco não deve promover uma alta de 0,5% da taxa básica de juros. Em ato inédito, Tombini divulgou nota na terça (19) avaliando como “significativas” as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) que apontam que a economia encolherá 3,5% em 2016 e ficará estagnada em 2017.

Reportagem da Folha de S. Paulo desta quarta destacou que a decisão do chefe da instituição assustou os analistas, que apostavam que o BC elevaria a Selic para conter o aumento da expectativa inflacionária, mesmo em um cenário recessivo.

Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), Tombini é “um bom técnico em um mau governo”. “Não há solução. Ou ele se submete ou cai fora. A questão não é se ele se submeteu ao governo, mas sim o caos que o PT criou. A presidente Dilma, o PT e o Lula são os responsáveis por destruir a economia e dar prejuízo para milhões de pessoas, principalmente os mais pobres. É preciso trocar o governo”, disse.

Segundo o parlamentar, a “altíssima” taxa de juros – que está no maior patamar dos últimos 10 anos (14,25%) – é reflexo da “incompetência” do governo da presidente Dilma Rousseff. “O Brasil é o campeão dos mais elevados juros do mundo. Evidentemente, isso reflete toda a fragilidade e falta de credibilidade da gestão petista. Tudo o que está acontecendo é fruto da incapacidade e da falta de aprovação do governo. É a gestão mais frágil e incompetente de toda a história republicana brasileira”, afirmou.

O jornal destacou que, logo após a divulgação da nota de Tombini, o mercado passou a prever um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, hoje de 14,25%, e não mais de 0,5%.

Consumo

De acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 35,3% neste mês, em relação ao mesmo período de 2014, conforme reportagem do Correio Braziliense de hoje (20). A partir da análise das condições atuais e das perspectivas futuras da economia, a previsão é de retração de 3,7% do volume de vendas do varejo para 2016.

Na avaliação do tucano, a queda no consumo das famílias reflete o “caos total” que se instalou no país. “A diminuição do consumo está diretamente ligada à inflação elevada, alta taxa de juros, endividamento das famílias, aumento das tarifas dos preços públicos, empobrecimento e o desemprego. É inevitável a diminuição no consumo”, concluiu.

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20/01/2016