Com inflação recorde, governo dobra aposta e repete erros do passado

Não é de hoje que estamos falando que o governo lulo-petista está colocando em risco o maior ganho da sociedade brasileira nas últimas décadas que é o controle da inflação e a estabilidade econômica obtidos com o Plano Real.
Os números são oficiais: fevereiro teve a maior inflação para o mês desde 2003. No acumulado dos últimos 12 meses a alta de preços ultrapassa os 5%, acima do teto da meta, que é 4,5%. A energia elétrica subiu 16,8%, o ovo de galinha aumentou 15,39%, o café moído disparou 10,77%.
O óbvio está acontecendo e a popularidade do governo lulo-petista bate recordes negativos. E o governo dobra a aposta: mantém os gastos públicos elevados, cria programas para estimular o consumo mesmo com o mercado projetando a Selic para 15% neste ano e tenta transferir a responsabilidade pela inflação aos governadores. É uma mistura dos erros de Dilma e Bolsonaro. É como se o governo fizesse um balanço das ações de gestões passadas, separasse o joio do trigo e ficasse com o joio.
O Plano Real, concebido e implantado por uma equipe de craques comandada por Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB, só conseguiu controlar a inflação quando colocou em primeiro plano o controle também dos gastos públicos. A Lei de Responsabilidade Fiscal não existe à toa. Ela está aí justamente para garantir que o governo não gaste mais do que arrecada, e para punir os dirigentes irresponsáveis. O lulo-petismo faz de conta que não enxerga.
O governo não parece preocupado nem com a inflação, nem com os gastos, nem com a população. Só o que importa é a próxima eleição. Ainda falta muito para a eleição e o brasileiro não pode ser refém da falta de compromisso do governo com o país. Mas uma coisa é certa, a próxima eleição importa muito mesmo, pois é quando a irresponsabilidade será varrida do mapa e a seriedade com as contas públicas com uma verdadeira responsabilidade social vai voltar a governar o Brasil.
Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB