Mudança na Petrobras é boa para o PT e ruim para o Brasil

“De onde nada se espera, daí é que não sai nada mesmo.” A frase de Apparicio Torelly, autointitulado Barão de Itararé, foi escrita muitas décadas atrás, mas poderia ter sido pensada pelo brilhante humorista para descrever o governo do PT. A intervenção do governo na Petrobras segue justamente esse princípio.
O PT mostra ter saudade do Petrolão, uma época em que estratégias empresariais, como compra de refinarias, eram decididas e negociadas no gabinete presidencial, origem da maior crise econômica e social da história deste país.
Nem se pode dizer que tudo ia às mil maravilhas com Jean Paul Prates. O lucro líquido da Petrobras no primeiro trimestre caiu 38%. Mesmo considerando todos os fatores externos e comerciais envolvidos, é um desempenho sofrível.
Mas o que era ruim, infelizmente, parece que vai piorar. A demissão ocorre logo após o ministro das Minas e Energia dar uma entrevista batendo o pé e dizendo que não abriria mão de sua autoridade na empresa. Uma empresa, diga-se, que não é do governo, muito menos do ministro ou do presidente, mas do país e, em última instância, de seus milhares de investidores, dos quais o governo sequer é majoritário.
O recado que o governo passa ao trocar pela quinta vez em três anos o presidente da empresa é que governança aqui é só no papel. Intervencionismo, Estado máximo, controle total do governo de plantão, é isso que investidores enxergam. E, ao enxergar isso, levam seus recursos para outros países mais confiáveis que o Brasil.
Como sempre, o que é bom para o PT é ruim para o Brasil.
Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB