O IOF, o corte de gastos e o populismo no Brasil

Notas Oficiais - 11/06/2025
Nota oficial

Uma questão inexplicável: por que o governo federal não se dedica ao tão necessário e urgente corte de gastos? Enxugar a máquina pública, fazer uma reforma administrativa de verdade, combater privilégios, atacar com rigor o supersalários, entre outros caminhos não necessariamente simples, mas urgentes e esperados.
A revisão do decreto do IOF segue a mesma receita que não tem dado certo desde o início do lulopetismo no Brasil. Aumentar impostos, seja aqui ou ali, é continuar correndo atrás do rabo. Assim, o populismo vai vencendo a responsabilidade, e quem sofre é o povo. Desde 2023, o atual governo já arrecadou R$ 170 bilhões com aumentos de impostos.
É fácil criticar os juros, culpar uma suposta “herança maldita” ou reclamar da não taxação dos dividendos e sair aumentando impostos e inventando novas taxações. Difícil é assumir a sua própria responsabilidade por um estado inchado e ineficiente.
O orçamento público brasileiro é provavelmente o mais engessado do mundo. Somadas as vinculações constitucionais, as despesas previdenciárias, a folha de pagamentos do pessoal civil e militar, a indexação do salário mínimo e o Bolsa Família, chegaremos em 2027 sem dinheiro para pagar a conta de luz do Palácio do Planalto. Quem diz é o próprio Ministério da Fazenda.
Diante deste cenário, o que o governo está fazendo para resolver a situação do ponto de vista estrutural? Nada, absolutamente nada!Uma necessidade do país é reduzir sensivelmente as isenções fiscais, que já batem a casa de R$ 800 bilhões. Um teto racional considerando o tamanho do orçamento federal e as necessidades mais urgentes pode ser por exemplo de R$ 350 bilhões. O governo pode estabelecer os critérios de distribuição de metade desse montante de acordo com as prioridades do PPA (Plano Plurianual) e deixar a outra metade a critério do Congresso, que atenderá às necessidades setoriais e regionais. Só isso já traria ganhos orçamentários duas vezes maiores que o que o governo conseguiu com aumento de impostos em dois anos.
Enquanto não atacarmos os problemas de fundo, vamos continuar assistindo perplexos, assustados e surpresos constantes aumentos de impostos e criações de novas taxas. Não há mágica, não há milagre. A inflação não vai cair, os juros vão continuar subindo, os investimentos vão desaparecer, o desemprego vai aumentar, e a população vai sofrer.
Este é apenas um dos tantos males da polarização dos extremos que assistimos nesses últimos anos no Brasil. Teremos uma janela de oportunidade única em 2026 para sairmos deste ciclo repugnante de populismo e irresponsabilidade fiscal.

Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB

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11/06/2025