A perder de vista: após nova denúncia do MPF contra Lula, defesa do petista diz que acusação é “frívola”

Imprensa - 11/10/2016

Lula durante depoimento de Dilma no Senado no processo de impeachment FOTO Pedro França:Agência SenadoBrasília (DF) – Nunca antes na história desse país um ex-presidente da República teve que responder a tantas denúncias de envolvimento em corrupção. Após o Ministério Público Federal (MPF) apresentar, nesta segunda-feira (10), uma nova denúncia contra Lula, desta vez por ter supostamente favorecido a construtora Odebrecht em empréstimos do BNDES para obras realizadas em Angola, a defesa do petista se limitou a dizer que a acusação era “frívola”. As informações são de reportagem desta terça (11) do jornal Folha de S. Paulo.

Em entrevista coletiva, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que o ex-presidente não participa das decisões colegiadas do BNDES que concedem empréstimos. A defesa alegou ainda que as palestras do petista foram realizadas e “devidamente comprovadas”, e que Lula não tem qualquer participação nos negócios de seu sobrinho, Taiguara Rodrigues, um dos empresários citados pelos investigadores. “Esses são fatos que mostram aparentemente tratar-se de mais uma acusação frívola”, disse.

Réu na Operação Lava Jato, Lula já foi implicado em denúncia do MP por obstrução de Justiça, no caso da tentativa de compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; foi indiciado, ao lado de sua mulher Marisa Letícia, pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, suspeito de receber vantagens indevidas que incluiriam um apartamento tríplex no Guarujá (SP); e virou alvo de um dos quatro principais inquéritos da Lava Jato, que vai apurar a atuação do PT no esquema investigado.

Líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Antonio Imbassahy (BA) destacou que os brasileiros já estão “perdendo as contas” das denúncias apresentadas contra Lula. “Ele teria favorecido a contratação de empreiteira para obras em Angola e, em troca, a empresa teria pago R$ 30 milhões para envolvidos no esquema, entre eles, um sobrinho do petista. O MPF já enquadrou Lula em corrupção passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa”, listou o tucano, em sua página no Facebook.

Em suas redes sociais, o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) acrescentou que, já não bastasse o fato de Lula já ser réu na Operação Lava Jato, o petista foi implicado no esquema mais uma vez, o que comprova a profundidade de suas conexões com a organização criminosa que aparelhou a Petrobras e levou a empresa à ruína.

“Segundo a Polícia Federal, a empresa do sobrinho de Lula, Taiguara Rodrigues, recebeu R$ 31 milhões de propina por contratos fictícios em Angola, feitos com o aval do tio Lula. Ao que parece, a bandalheira dessa quadrilha não tem fim”, destacou.

Para o senador Dalírio Beber (PSDB-SC), a tentativa da defesa do petista de deslegitimar as investigações do Ministério Público não deve ser reconhecida pela população ou pela classe política, que agora deve se preocupar com as políticas necessárias para tirar o Brasil da crise em que o Partido dos Trabalhadores o afundou.

“Temos que deixar esse assunto para a Justiça resolver. Não tem mais o que discutir. Temos que discutir PEC, políticas que joguem para cima o país. Que essa questão de polícia fique para a polícia. O impeachment da Dilma [Rousseff, ex-presidente] tornou passado esse governo do PT. Nós temos que olhar o que nós vamos fazer para empregar os 12 milhões de desempregados que o país tem hoje”, considerou.

O tucano salientou que o interesse da população agora deve estar em saber o que vai ser feito para consertar o estrago feito pelas gestões de Lula e Dilma. “A população quer saber tudo o que o PSDB vai fazer para melhorar a vida dos brasileiros. O povo está de saco cheio. Essa acusação contra Lula é uma questão do Judiciário, da Polícia, do Ministério Público. O Brasil precisa da classe política unida, pensando em fazer o que deve ser feito para consertar o país, gerar empregos, gerar bem-estar, criar perspectivas para o país crescer de forma sustentável”, completou o parlamentar.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

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11/10/2016