A verdade sobre a campanha é o que foi informado ao TSE
Como em outras lamentáveis ocasiões, os brasileiros defrontam-se com denúncias que procuram envolver autoridades e cidadãos em irregularidades. Desta feita, as denúncias se referem à arrecadação e aos gastos relativos à campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso à reeleição. Um exame superficial do episódio deveria levar as pessoas ponderadas, independentemente de vínculos políticos ou ideológicos, a repudiar a tendência de se aceitar como evidências de atos ilícitos informações obtidas por meio de expedientes que escapam às normas do direito. Os supostos dados da campanha à Presidência em 1998 foram divulgados sem qualquer garantia de autenticidade ou que tenham sido obtidos de forma lícita e expostos à luz pelos interessados em comprometer a honra ou a imagem pública de personalidades que deveriam ser tratadas com o maior respeito e dignidade. Na maioria dos países em que as instituições democráticas estão solidamente estabelecidas, tal divulgação e tais insinuações seriam inaceitáveis e dariam origem a pesadas ações por dano moral.
As pessoas que exerceram as atividades administrativo-financeiras nas campanhas presidenciais de coligações lideradas pelo PSDB são tecnicamente habilitadas e reconhecidas por sua integridade. Agiram sempre com toda prudência e tirocínio. Foi o que ocorreu com os comitês das últimas campanhas presidenciais. O PSDB teve o maior cuidado na sua condução e afirma de forma categórica que os as informações fornecidas ao TSE são as únicas autênticas, tanto no que se refere aos valores arrecadados, quanto no que toca às despesas realizadas.
Os dados relativos às campanhas presidenciais são públicos e foram aprovados pelo TSE, nos termos da legislação em vigor. A coligação que sustentou a recondução de Fernando Henrique, liderada pelo PSDB, foi criteriosa, registrando os custos reais da campanha. Ao contrário, exatamente, os partidos que mais estardalhaço fazem das “denúncias“ são aqueles que registraram gastos irrisórios e aparentemente irreais em suas prestações de conta. Por exemplo: R$ 23,00 em energia, R$ 192,00 em veículos e zero em alimentação (caso do PPS) e R$ 1,3 mil em energia, R$ 7 mil em veículos e R$ 16 mil em alimentação (no caso do candidato do PT, a coligação não declarou despesas com comícios e palanques, embora a legislação determine que serviços voluntários, como os de artistas, também devam ser declarados pelo valor estimado).
O oportunismo eleitoreiro dessa discussão é repudiado pelo PSDB, que não admite nem os meios nem o conteúdo das denúncias porque o sensacionalismo em torno delas contribui para lançar dúvidas e reforçar conceitos negativos que prejudicam o conjunto dos partidos e a própria atividade política.
Publicação da Comissão Executiva Nacional do PSDB para estimular o debate partidário, coordenada pelo Vice-Presidente Dep. Federal Custódio Mattos.