Aécio defende ajustes na reforma da Previdência

“Do ponto de vista do PSDB, um importante aliado do governo, tanto os idosos de baixa renda quanto os portadores de deficiência por um lado, quanto os trabalhadores rurais, por outro, devem ter um tratamento diferenciado”, afirmou o senador após reunião com o presidente Michel Temer
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, reuniu-se nesta terça-feira (21/03), com o presidente da República Michel Temer, no Palácio do Planalto, para discutir a Reforma da Previdência.
Durante o encontro, o senador reiterou o compromisso do partido com as mudanças e manifestou a necessidade de ajustes em pontos da proposta do governo, como a manutenção do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para idosos e deficientes e a diferenciação das regras para trabalhadores rurais.
“Ponderei ao presidente, como já havia feito em outras ocasiões, duas questões, dois conjuntos de brasileiros que precisarão ter um tratamento diferenciado. O primeiro deles, os idosos e portadores de deficiência que tenham baixa renda. Na Constituinte de 1988, foi criado o BPC, Benefício de Prestação Continuada, que dá um salário mínimo a esses cidadãos. O segundo conjunto de brasileiros são os trabalhadores rurais. A esses também é justo que haja uma visão, um olhar diferenciado. Seja pela característica do trabalho, e também pelas condições de escolaridade da grande maioria desses trabalhadores que impediria uma reinserção deles no mercado de trabalho”, afirmou o senador Aécio Neves, em entrevista à imprensa após a reunião.
O BPC garante o pagamento de um salário mínimo mensal ao idoso de baixa renda acima de 65 anos e à pessoa com deficiência de qualquer idade com impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo. Pelo projeto de Temer, a idade mínima para o idoso ter acesso ao BPC passará de 65 anos para 70 anos e o programa, vinculado ao salário mínimo, passará a ter valor estipulado em lei.
Apoio à CPI da previdência
Aécio Neves também anunciou apoio da bancada do partido à criação da CPI da Previdência no Senado.
“Vamos apoiar a CPI porque não há nada mais essencial, mais necessário num debate tão estruturante como esse, do que a transparência. Vamos permitir que os números sejam confrontados, para que efetivamente o país tenha noção clara de que ou se faz uma reforma da previdência – mesmo que não seja a reforma dos sonhos de alguns – ou os punidos, os penalizados pela ausência dessa reforma no futuro muito próximo, serão aqueles que mais dela precisam”, defendeu Aécio Neves.