Aécio defende voto de censura ao regime venezuelano

Notícias - 08/08/2017

O senador Aécio Neves defendeu, nesta terça-feira (08/08), no Senado, aprovação de um voto de censura ao regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Em pronunciamento no plenário da Casa, o senador afirmou que a escalada da violência no país contra os opositores e o avanço de abusos autoritários por parte de Maduro exigem um posicionamento claro de todas as forças democráticas do mundo.

“A posição do Brasil pela liderança natural que exerce nessa região é absolutamente vital para o que conjunto das forças democráticas do mundo se manifestem e ajam, através dos organismos democráticos internacionais, para que seja colocado um fim a essa que talvez seja a mais violenta escalada autoritária dos tempos modernos”, ressaltou Aécio Neves.

Relatório da ONU, divulgado hoje, calcula em mais de 5 mil pessoas presas na Venezuela desde que os protestos contra Maduro se intensificaram, em abril deste ano. Para a organização, o ditador recorre à força excessiva contra manifestantes.

A violência explodiu na Venezuela desde que Nicolás Maduro decidiu realizar uma Assembleia Nacional Constituinte para enfraquecer seus opositores. A eleição, realizada no fim de julho, foi criticada por organismos internacionais por suspeitas de fraudes.

“É papel sim do Congresso Nacional e deste Senado, responsável inclusive pela aprovação de inúmeros acordos internacionais, uma manifestação firme como essa que propõe o senador Ferraço com absoluto e integral apoio do PSDB. É sim nossa responsabilidade agirmos enquanto uma democracia, ao contrário do que afirmaram alguns há pouco. Democracia plena que hoje vigora no país. Porque quando se fala de democracia, liberdade, quando se defende direitos humanos, não há que se respeitar fronteiras”, afirmou o senador.

Leia na íntegra o pronunciamento do senador Aécio Neves:

Senhor presidente, senhoras e senhores senadores. O recrudescimento da violência na Venezuela, na verdade, o avanço autoritário comandado pelo ditador Nicolas Maduro merece, talvez mais do que isso, exige um posicionamento de todas as democracias do mundo. Diferentemente daquilo que assistimos ao longo de vários anos por parte do governo brasileiro. Mais do que uma omissão solidária, uma cumplicidade com aquilo que se organizava na Venezuela, é preciso que aqui se ressalte a posição altiva e a liderança que o Brasil vem exercendo no conjunto do Mercosul, através do nosso colega, líder nesta Casa, e hoje ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira.

A posição do Brasil, pela liderança natural que exerce nessa região, é absolutamente vital para que o conjunto das forças democráticas do mundo se manifestem e ajam através dos organismos democráticos internacionais para que seja colocado um fim a esta que talvez seja a mais violenta escalada autoritária dos tempos modernos.

O senador Caiado agora há pouco se manifestava lembrando da visita que fizemos há mais de ano na Venezuela, onde já se prenunciava, já se percebia aquilo que estava em curso. Os coletivos, a opressão a aqueles que faziam democraticamente manifestações de oposição a aquele regime. A prisão dos presos políticos, o cerceamento das vozes da oposição, tudo isso há alguns anos já se constituía, na verdade, no início de um processo que não imaginávamos, viesse a custar tão caro principalmente à população dos nossos irmãos venezuelanos.

É papel sim do Congresso nacional e desse Senado, responsável inclusive pela aprovação de inúmeros acordos internacionais, uma manifestação firme, como essa que propõe o senador Ferraço com absoluto e integral apoio do PSDB. É sim nossa responsabilidade agirmos enquanto uma democracia, ao contrário do que afirmaram alguns agora há pouco.

Democracia plena que hoje vigora no país. Quando se fala de democracia, quando se fala de liberdade, quando se defende direitos humanos, não há de se respeitar fronteiras. É, portanto, revivendo o passado, onde manifestações de outras nações democráticas foram tão importantes no tempo obscuro pelo qual passou o Brasil, para que recuperássemos as liberdades democráticas do nosso país, da mesma forma é hora do Brasil fazer ouvir a sua voz e dizer um basta, um basta definitivo a essa escalada que toma conta da Venezuela, oprime seu povo, cerceia as liberdades e, na verdade, ataca de forma vil a democracia conquistada por aquele povo.

Portanto, o apoio integral do PSDB à proposta do senador Ferraço, secundada por inúmeros outros parlamentares, não se trata de manifestação política, mas de solidariedade. Uma manifestação humanitária. Uma manifestação em favor da democracia e temos, portanto, a obrigação de sermos mais uma vez altivos como fomos ao visitar a Venezuela e dizer, repito, um basta definitivo àquilo que vem acontecendo no país vizinhos e acometendo os nossos irmãos venezuelanos.

Temas relacionados:

X
08/08/2017