Aécio e o novo PSDB

Notícias - 15/02/2001

BRASÍLIA – Fernando Henrique Cardoso deixa o governo em menos de dois anos. Mário Covas está doente, licenciado do governo de São Paulo. Franco Montoro morreu. José Richa abandonou a política.

O PSDB, contudo, acaba de mostrar com as eleições de ontem no Congresso que está passando por um vigoroso processo de renovação de quadros, de lideranças e de projeto.

A vitória de Aécio Neves para presidente da Câmara e a ascensão de Geraldo Alckmin na política paulista não apenas mostram que o partido amadureceu e está sabendo jogar o jogo. Mostra, principalmente, que tem sobrevida e boa expectativa de poder depois dos dois mandatos de FHC. O PSDB vai além de FHC.

Entre as duas gerações -a dos fundadores FHC, Covas, Montoro e Richa e a dos jovens Aécio e Alckmin- há uma outra que tem uma perspectiva viável e próxima de chegar à Presidência. Ou de manter o partido na Presidência.
É ela, obviamente, a de José Serra, que sai fortalecido das eleições de ontem no Congresso, e de Tasso Jereissati, com o apoio público do declinante ACM e também do líder tucano mais intrinsecamente forte, que é Covas.

Até na idade, a divisão em três gerações corresponde ao real: os fundadores ali pelos 70, os presidenciáveis entre 50 e 60 e os “jovens“ na faixa de 40 a 50. Atrás destes últimos, há uma pequena legião de tucanos pululando pelo Congresso. Estão se sentindo o máximo. Com razão. Só um milagre tiraria Inocêncio da presidência da Câmara. O milagre aconteceu.

Agora, é como o PT de Marta, em São Paulo, de João Paulo, em Recife, de Marcelo Déda, em Aracaju. Como colegiais, eles todos têm de fazer o dever de casa, pentear direitinho o cabelo e ocupar o espaço conquistado com garra, competência, esmero. Quem entra na chuva é para se molhar. Quem chega ao poder é para se queimar, ou brilhar e ficar.

Até aqui, os jovens tucanos comiam nas mãos de Serra e Tasso. Agora, eles também vão comer nas deles. A turma não é fraca, não.

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15/02/2001