Afirmações de Maduro sobre Mercosul são apenas “bravatas”, diz Pedro Vilela
Após ser alertado de que a Venezuela pode ser suspensa do Mercosul se não cumprir os requisitos exigidos pelo bloco, o presidente Nicolás Maduro reagiu afirmando que entrará no grupo “pela janela” caso os governos de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai optarem pela exclusão de seu país. “Expulsar-nos? Pois sim! Se nos mandam embora pela porta, nós entramos pela janela, mas do Mercosul ninguém tira a Venezuela”, disse Maduro nesta terça-feira (20), durante seu programa semanal de televisão. As informações são do portal G1.
Na visão do deputado federal Pedro Vilela (PSDB-AL), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, as afirmações do líder bolivariano são somente “bravatas” para desviar a atenção das violações cometidas por seu governo. O tucano acredita que não haverá qualquer tipo de ação concreta da Venezuela em caso de uma possível exclusão do Mercosul.
“A intenção do Mercosul não é expulsar a Venezuela, de forma alguma. O que ele [Maduro] está tentando criar é um fato político. O que o Mercosul exige, e o faz de forma acertada, é que a Venezuela se adeque aos princípios que regem o bloco, em especial o direito à democracia e aos direitos humanos”, destacou o parlamentar.
Em sua fala na TV venezuelana, Maduro também classificou o Brasil, a Argentina e o Paraguai como uma “tríplice aliança dos governos neoliberais, de direita, antipopulares e pró-imperialistas. O discurso também foi alvo de críticas de Pedro Vilela. “O sistema do Maduro é, a meu ver, absolutamente disfuncional. Acho que ele coloca isso [críticas aos membros do Mercosul] de uma forma puramente retórica, para tentar desviar a atenção da população venezuelana, ou inflamar alguns setores que ainda o escutam”, ressaltou. “A gente sabe que o problema da Venezuela não está no Mercosul. O problema da Venezuela é seríssimo e é causado pelo governo do Maduro”, emendou o deputado.
Flexibilização
De acordo com matéria publicada pela Folha de S. Paulo nesta quarta-feira, os integrantes do Mercosul também debatem um plano para flexibilizar algumas normas do bloco, permitindo que os países membros realizem acordos comerciais com outras nações sem a necessidade de que todos os integrantes participem do negócio. A decisão foi anunciada após um encontro entre Michel Temer e Tabaré Vázquez, presidentes do Brasil e Uruguai, respectivamente, realizado em Nova York na segunda-feira (19).