Afundado em dívidas após aparelhamento na gestão PT, rombo nas contas dos Correios pode chegar a R$ 3 bilhões

“Destruíram a poupança dos funcionários da empresa para fazer o esquema de sustentação do partido”, disse Paulo Martins

Imprensa - 08/11/2016

TR_greve-trabalhadores-dos-Correios-Benfica-Rio-de-Janeiro_250620150006Brasília (DF) – O descaso da gestão petista com os Correios e o esquema de desvio de verbas orquestrado na estatal a partir do mensalão deixaram como herança ao governo do presidente Michel Temer uma dívida bilionária que ainda perdura. Segundo nota publicada nesta segunda-feira (07) no blog do jornalista Gerson Camarotti, no portal G1, o rombo nas contas dos Correios pode chegar a R$ 3 bilhões, valor que agora se soma às dívidas já acumuladas pela Petrobras e pela Eletrobras.

Na tentativa de conter um pouco do déficit, os Correios recorrerão a um plano de demissão voluntária (PDV) que tem como alvo 13 mil funcionários, com mais de 55 anos, aposentados ou com tempo de serviço para requerer a aposentaria. Ou seja, pouco mais de 15% dos atuais 117,4 mil empregados da estatal, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Uma das preocupações, no entanto, é o impacto que as aposentadorias a mais causarão no Postalis, o fundo de pensão dos Correios, também atolado em dívidas.

Para se ter uma ideia, desde junho deste ano os funcionários e aposentados dos Correios já pagam uma contribuição extra sobre os benefícios, em uma tentativa de abater o déficit de R$ 5,6 bilhões do fundo em 2014. As taxas extras, determinadas aos quase 76 mil funcionários, aposentados e pensionistas, correspondem à 17,92% do valor da aposentadoria, da pensão ou do valor previsto para o benefício por 25 anos e meio.

O deputado federal Paulo Martins (PSDB-PR) destacou que o valor exorbitante do rombo não o surpreende. Isso porque, se confirmado, este já será o quarto ano consecutivo de déficit nas contas da estatal.

“Esse rombo não me surpreende porque o PT é um partido que tem a corrupção como método, e o que a gente vê esclarecido pela Operação Lava Jato na Petrobras – uma organização criminosa instalada dentro de uma empresa para roubar a empresa –, por ser o método vai se reproduzir em diversas outras estatais. Onde o PT pôde fazer isso, ele certamente fez. Aos poucos a sociedade vai perceber, vai receber essa informação. Não teria como os Correios estarem em uma situação diferente disso. Vai estar mal administrado, porque o foco não é o resultado, era a corrupção, e o rombo é bilionário, tanto na empresa como no próprio fundo de pensão dos funcionários”, afirmou o tucano.

O parlamentar acrescentou que é preciso que a gestão Temer evidencie aos brasileiros os estragos causados pelos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-presidente Dilma Rousseff.

“Eles destruíram a poupança dos funcionários da empresa para fazer o esquema de sustentação do partido. O governo tem que ter a preocupação de explicar isso para os brasileiros, deixar bem claro quem causou esse problema, e tem que ser firme nas medidas para recuperar a empresa”, constatou.

Dez anos depois

Paulo Martins avaliou ainda que, mais de dez anos após ser o palco inaugural do escândalo do mensalão, os Correios ainda sofrem as consequências do aparelhamento político-partidário feito pelo PT nos últimos 13 anos.

“Ali, há mais de dez anos, já se demonstrava o que estava acontecendo dentro da empresa. Isso é um tanto também de natureza das próprias estatais porque, por elas serem controladas pelo Estado, o grupo político de plantão acaba tendo força suficiente para colocar no comando das estatais quem ele entende. E quando esse grupo não é ético o suficiente, como é o caso do PT, a empresa fica sujeita ao roubo como a gente tem visto acontecer com frequência”, completou o deputado.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

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08/11/2016