Alckmin defende reformas já no primeiro ano de governo
Na manhã desta quarta-feira (20), o presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, concedeu uma entrevista ao vivo no estúdio do portal de notícias Metrópoles, em Brasília. Como pré-candidato do partido à presidência da República, o tucano falou de alianças partidárias, privatizações, reformas logo no primeiro ano de governo e reeleição, entre outros assuntos.
Reforma tributária
As reformas macro já devem estar em janeiro (de 2018) no Congresso Nacional (…). A primeira é a tributária. O nosso problema é emprego e renda. É voltar a ter investimento, ter confiança no Brasil. E o modelo tributário nosso espanta investimento. É uma trava na economia. IPI, ICMS, ISS, PIS/Confins, cinco tributos que no mundo inteiro são um imposto só, o IVA.
Reforma Política
Nós temos um modelo político esgotado. Trinta e cinco partidos. Não temos 35 ideologias. (Outro ponto é o) voto distrital ou distrital misto: é preciso criar um vínculo maior entre o representante e o representado.
Reforma da Previdência
(É preciso promovê-la) Para a gente ter um regime geral de Previdência Social para os trabalhadores da agricultura, da indústria, do comércio, dos serviços, do turismo e também do setor público com uma previdência complementar.
Reforma do Estado
Nós precisamos ter um Estado mais eficiente, com serviços públicos de melhor qualidade, e aí a reforma do Estado é importante para buscar eficiência na prestação desses serviços de segurança como fizemos em São Paulo, de saúde e de educação.
Apoios no Congresso
Se não fizermos (essas mudanças) no primeiro ano, perdeu-se os quatro. Os primeiros são essenciais. As reformas macro têm que fazer rapidamente. A sociedade espera e quer que o Brasil cresça. (…) O nosso tempo é o tempo da mudança. Nós precisamos agir rápido para modernizar o estado brasileiro, desburocratizar, destravar a economia.
Privatizações
Eu não vou privatizar a Petrobras. Pesquisa, prospecção e produção de petróleo devem continuar na Petrobras. O que precisa privatizar é a distribuição, o transporte e quebrar o monopólio na prática do refino. Banco do Brasil eu não vou privatizar. Precisamos abrir mais o sistema bancário, ter mais bancos para ter disputa e abrir a competitividade para abrir créditos mais baratos.
Teto de gastos do Judiciário
Lei é lei e ninguém está acima da lei. Entre o falar e o fazer tem um abismo. Eu fiz. Em São Paulo nós fizemos ajuste fiscal com o estado investindo (metrô, trem, estrada, um canteiro de obras), até reduzir impostos. Atraímos investimentos com o país em recessão.
Segurança
Nós tínhamos 13 mil homicídios por ano (em São Paulo). Reduzimos para 12, 11, 10, 9, 8 7, 6, 5, 4 (mil)… e no ano passado 3.503 para uma população de 45 milhões de habitantes, maior que a da Argentina. Estamos com 8,02 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Saúde
Construímos (em São Paulo) onze hospitais novos. Dos 5.570 municípios, 10%, mais de 500 municípios, o câncer já é o primeiro caso de morte. Nós temos que ter uma rede de atendimento. Eu como médico vou me dedicar pra valer na questão da saúde.
Ajuste fiscal
Se você gasta mais do que ganha, vai se endividar. Nós precisamos zelar pelo dinheiro da população. Você está tirando da mesa das famílias. É preciso zelar por ele. Eu defendo juros baixos para que tenha uma competitividade e reduzir os juros na ponta.
Reeleição
Eu nunca fui entusiasta da reeleição. Não a vejo com entusiasmo. Acho que a questão central da reforma política é a forma como se vota, porque o corporativismo enfraquece o Brasil e faz com que o interesse coletivo fique órfão. Se tivermos voto distrital ou distrital misto a gente vai ter um salto extraordinário.
Alianças
Estamos procurando fazer alianças com quem não vai ter candidato a presidente. Com quem tem, vamos democraticamente disputar. Temos, além do PSDB, mais quatro partidos (aliados). Nenhum pré-candidato tem dois (partidos). Nós já temos cinco. Isso ajuda porque o rádio e a televisão têm uma participação importante numa campanha muito curta como vai ser.
Armamento
Nós não vamos criar emprego à bala. Nós não vamos conquistar mercado no mundo com produto brasileiro à bala. Nós não vamos melhorar hospital, fazer UTI, diminuir o sofrimento das pessoas à bala. Nós não vamos criar vaga em creche, pré-escola, melhorar a qualidade da educação à bala. É ao contrário. Eu pretendo unir o Brasil.
Infraestrutura e transporte
O Brasil tem uma infraestrutura a ser feita. Rodovias, ferrovias, metrôs, portos, aeroportos… Aí você me pergunta: mas com que dinheiro? Do ajuste fiscal e privado, como nós fizemos em São Paulo. Das 20 melhores autoestradas do Brasil, 19 são nossas do Estado de São Paulo, todas elas concessionadas.