Alckmin detalha plano de governo em entrevista à Globo News

Notícias - 30/08/2018
Foto: Divulgação

Em entrevista ao Jornal das Dez da Globonews, ontem à noite, o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, detalhou vários pontos de seu programa de governo e se posicionou sobre vários problemas que afligem os brasileiros. Ele destacou, por exemplo, a educação do Brasil.

Confira aqui os principais trechos:

Plano de Governo

“Nós encaminhamos ao TSE as diretrizes gerais. Estamos aprofundando os temas e vamos divulgando agora. Educação, toda prioridade ao ensino infantil. Temos 440 mil crianças de 4 e 5 anos fora da pré-escola. Queremos zerar. Todas matriculadas e de 0 a 3 em creches. Universalizar famílias vulneráveis. Foi feita uma boa reforma do Ensino Médio. Vamos pegar os demais tópicos do Plano de Governo e divulgar pela internet”.

Avanço no Pisa

“Eu tenho colocado que o Brasil inverteu as prioridades. O dinheiro do MEC, só 30% vai para educação básica. Vamos priorizar isso. Se crescermos 50 pontos no PISA, nós vamos crescer 1% no PIB em caráter permanente sob os ganhos em produtividade. Vamos lutar para conseguir em 8 anos. Vamos priorizar as escolas com mais dificuldade para subir mais depressa e ter meta ano por ano”.

Os números de SP no Pisa

“Subimos em São Paulo quase o dobro do Brasil. Dá para fazer mais depressa. A base é menor. O Brasil subiu 11% e São Paulo 22%. Primeiro, ensino infantil. Com todas as crianças na pré-escola. Nossa meta é zerar o déficit. A criança vai entrar no ensino fundamental praticamente alfabetizada. Quero ser o presidente da primeira infância. A meta é, podem cobrar, universalizar a pré-escola. Nenhuma criança fora. Tem 440 mil fora. Universalizar as famílias mais vulneráveis. Vamos fazer o máximo que puder com as prefeituras municipais”.

Implantar a reforma do ensino médio

“Vamos implantar a reforma do ensino médio. Ele é hoje um problema no mundo inteiro. Tínhamos os três anos iguais. A reforma foi correta, vamos implantá-la. 1.800 horas igual para todas e as outras 1.200 horas, uns vão querer curso técnico, outros vão querer ser empreendedores e outros vão querer fazer universidade. Fica mais atrativo. De 100 alunos, 41 não termina o Ensino Médio. Nossa meta é reduzir de 41% para metade a evasão do Ensino Médio”.

Emprego

“O grande desafio é o casamento entre a formação e o emprego. As profissões desaparecem e outras surgem rápido. No Brasil inteiro tem cana de açúcar, tinha o cortador e isso está acabado. Criamos uma Fatec de tecnologia em mecânica de agricultura de precisão. Temos que dar opções muito rápido e identificar onde precisa, de qual curso técnico. Visitei em Porto Alegre a Santa Casa de Misericórdia. Ela tem 7.300 funcionários. O setor de serviços vai contratar muita gente. Temos que verificar região por região a necessidade e preparar cursos para cada região”.

Política para mulheres

“Convidei como vice uma mulher, Ana Amélia, uma das senadoras mais admiradas e respeitadas do país. Vamos empoderar as mulheres. A sociedade é beneficiada com esse protagonismo. A maior necessidade das mães é a creche e a pré-escola. Nem todo mundo tem com quem deixar o filho. Estou estudando uma lei da Alemanha que torna explícito a questão do salário das mulheres. O programa habitacional de São Paulo é no nome do casal, mas primeiro em nome da mulher. Vamos expandir as delegacias da mulher para não ter impunidade no feminicídio. Nós vamos trazer o máximo de mulheres para o governo. Tem muita mulher extremamente preparada”.

Descriminação das drogas

“Não vou seguir a opinião ninguém. Acho que o debate é importante e deve ser aprofundado. Não temos razão para achar que esse é o caminho. Precisamos ter cuidado com a legalização das drogas aparentemente de menor ofensa à saúde, mas que é porta de entrada para outras. O Brasil é o primeiro consumidor de crack e cocaína. Pretendo levar o programa Recomeço para o Brasil inteiro. Tentar convencer o jovem ao tratamento e combater o crime organizado. Tráfico não é o que está na ponta é o narcotraficante. Das 50 cidades mais violentas 17 estão no Brasil. É a droga. Temos que tratar como saúde pública e trazer a sociedade civil para ajudar. Combate duríssimo ao tráfico de drogas. Crime não tem fronteira”.

Crise migratória

“A Venezuela é um país rico em recursos naturais. O populismo levou a esse ponto triste. Temos que ajudar, mas não pode ficar tudo em Roraima, um estado pequeno e com dificuldades. Temos que acolher as pessoas nesse momento. Uns vão para outros países de língua espanhola e outros vão ficar. O Brasil tem uma cultura humanitária que é boa e precisa ser mantida. Cabe ao Governo Federal encaminhar essas famílias e apoiar o governo de Roraima. Ver quantos cada estado pode receber. As famílias precisam de apoio”.

Guarda nacional

“Tráfico é crime federal. O problema não é só do Rio de Janeiro é do país inteiro. Governo federal vai liderar esse trabalho. Não é problema dos governadores. Vamos enfrentar com inteligência e tecnologia. Integrar as informações das Forças Armadas e das polícias dos estados em uma agência nacional. Expandir os sistemas de informação. A guarda nacional hoje é uma força nacional. Pega o PM de um estado e empresta para o outro. Está vestindo um santo, desvestindo o outro e o policial vai para um estado que não conhece. Pretendo ter uma guarda permanente. Poderia começar com 5 mil, depois aumentar para 10 mil”.

Parceria com prefeituras

“Governar é escolher. Nunca terá dinheiro para tudo. Cortaremos gastos para todo lado. Muita gente não acredita nisso, mas em São Paulo fizemos superávit primário sem aumentar impostos e fazendo obras em plena crise. Temos muitas despesas para cortar. Dá para buscar recursos e investir em segurança. Trazer o município para ser nosso parceiro. Os prefeitos estão ausentes. Vão ser nossos parceiros. Vamos passar dinheiro e ter meta para redução da criminalidade em todo o país”.

Funcionalismo público

“Não congelei salários em São Paulo. No primeiro mandato, os reajustes foram superiores à inflação. Recuperamos o poder de compra. Nos últimos 4 anos, em razão da crise, caiu a arrecadação e seguramos para manter. Neste ano, eu dei 3,5% de reajuste para todos, idosos, aposentados, 4% para polícia, 7% para professores e 50% no auxílio alimentação. Sou filho de funcionário público. Temos uma tradição de ser justos. Mas temos que ser responsável. Vários estados não pagam salários em dia. O que precisa ser feito são as reformas. Se o Brasil não voltar a crescer não tem solução”.

Ajuste fiscal

“Vamos zerar o déficit público. Quem assumir em 1º de janeiro entra devendo R$ 139 bilhões pela LDO. Imagina gastar mais do que se ganha durante 6 anos. Isso é herança do PT e não foi resolvida no atual governo. Em dois anos, eu zero o déficit sem aumentar imposto. Tem vários ministérios que podemos cortar. Podemos agrupar dois ou três em um só. A TV do Lula: é função do governo ter televisão? Não tem nem audiência. A estatal do trem bala só gastando dinheiro. Se não gera receita para se manter não é empresa é autarquia. Tem 4% do PIB em incentivos. Vamos fazer um pente fino para o Brasil voltar a crescer. Credibilidade e confiança para crescer”.

 

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30/08/2018