Alckmin quer priorizar ensino básico para avançar educação no Brasil

Notícias - 01/08/2018

O cenário crítico da educação brasileira continua penalizando professores de todas as regiões do país. Pesquisa do Movimento Todos pela Educação identificou que 29% dos docentes da educação básica (do ensino infantil ao médio) exercem outras atividades, além de atuar nos colégios, para complementar a renda. Na rede privada, 38% recorrem ao “bico”, percentual superior aos do sistema público – 22% nas redes municipais e 30% nas estaduais.

Realizado com mais de 2 mil professores de todas as capitais do país, de março a maio deste ano, o levantamento expõe que a maior parte dos docentes não desenvolve atividades relacionadas à educação, mas a comércio, produções artísticas e prestação de serviços.

Segundo o estudo, em média, o incremento na renda é de R$ 439,72 mensais. Pesquisa sobre remuneração na carreira do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC), mostrava diferenças entre as redes pública e privadas em 2014 (não há atualização do estudo). Docentes de escolas particulares tinham naquele ano o menor salário médio do país – de R$ 2.996, 66, valor 16,2% menor do que nas redes estaduais e 12,1% a menos que nas municipais.

Para o presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin, a educação básica é uma das prioridades de sua agenda para o país. O tucano defende um crescimento de 50 pontos no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) como forma de melhorar o empenho do Brasil na área.

“Fizemos uma agenda de competitividade. Uma agenda forte que começa pela educação, educação básica, fundamental e média e técnica, tecnológica. Se crescermos 50 pontos no Pisa, o país cresce 1% do Produto Interno Bruto (PIB) de forma definitiva pelos ganhos de produtividade”, afirmou.

O deputado federal e membro da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Izalci Lucas (PSDB-DF), corrobora a opinião de Alckmin em relação ao assunto. Na avaliação dele, investir na educação básica é “fundamental” para fazer o país voltar a crescer.

“Não adianta investir em ensino superior se os alunos chegam despreparados. Hoje, grande parte dos estudantes que saem do ensino médio não sabem português e matemática. Não adianta chegar na universidade sem ter uma base sólida. Não temos outra alternativa que não seja investir no ensino básico, começando na educação infantil, universalizando e oferecendo condições adequadas para uma educação de qualidade”, defendeu.

Segundo Izalci, o pré-candidato tucano à Presidência acerta colocando o tema como prioridade em sua agenda de governo. O deputado defende ainda melhores condições de trabalho e remuneração aos docentes, além de tornar a profissão mais atrativa no mercado de trabalho.

“A única forma de dar igualdade é por meio da educação. O fato de 29% estarem buscando outra atividade é porque o salário hoje do professor no Brasil, de modo geral, é péssimo. Não podemos continuar com essa escola do século 20 enquanto os alunos estão na era digital. Temos que investir muito no ensino básico, mas também na formação de professores. Só vamos conseguir tornar a profissão atrativa se tivermos uma boa remuneração e condições de trabalho”, completou.

X
01/08/2018