Aloysio Nunes pede suspensão de Assembleia Constituinte na Venezuela

Brasília (DF) – O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), e mais de dez chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA) defenderam, nesta quarta-feira (31), a suspensão do processo de convocação de uma Assembleia Constituinte pelo presidente Nicolás Maduro na Venezuela. Para o tucano, a tentativa de reescrever as leis do país “poderá levar a Venezuela a um caos ainda maior”.
As informações são de reportagem desta quinta-feira (01) do jornal Folha de S. Paulo. Em reunião dos chanceleres da OEA em Washington, nos Estados Unidos, Aloysio destacou que o processo pode acirrar os antagonismos políticos no país vizinho, “criando uma intolerável dualidade de poderes”.
O ministro também condenou a “repressão impiedosa” do governo Maduro, e ressaltou a necessidade de deixar que a ajuda humanitária chegue ao país. “O problema é que esses irmãos venezuelanos vêm ao Brasil não porque queiram, necessariamente, mas porque são forçados para fugir do desabastecimento”, constatou.
O apelo do Brasil e de mais 13 países, no entanto, não pode ser colocado em uma declaração final da OEA. Isso porque 14 membros do Caribe apresentaram um projeto de resolução mais brando, que não previa a criação de um grupo de países para ajudar no diálogo entre o governo Maduro e a oposição, como defende a gestão brasileira. As negociações deverão continuar até a Assembleia Geral da OEA, em 19 de junho em Cancún.
Os 34 países da OEA participaram da reunião, inclusive a Venezuela, que anunciou sua saída do bloco há cerca de um mês. Em entrevista, o ministro Aloysio Nunes também negou que a não aprovação do texto tenha se dado por conta de um possível poio que o presidente venezuelano ainda tem na organização.
“[A decisão de seguir a discussão] foi uma convergência entre dois grupos de países que apresentaram projetos de resolução distintos, mas que tinham como fundo comum o reconhecimento de que aí há uma crise e que a OEA tem toda a legitimidade para ajudar a resolver esta crise”, completou.
Leia AQUI a reportagem do jornal Folha de S. Paulo.