Amorim cobra do ministro da Saúde modernização do trabalho dos agentes comunitários

O senador Eduardo Amorim (PSDB-SE) fez indagações ao ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante Audiência Pública Interativa realizada nesta quarta-feira (02), na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) da Casa. O parlamentar argumentou que a “ineficiência, sobretudo na área da Saúde, resulta em sofrimento e inúmeras mortes. Essas causas são antigas, não precisa ser especialista para fazer essa observação”.
O parlamentar acredita que falta uma política de recursos humanos. Para ele, enquanto essa falha histórica não for resolvida, a Saúde não será operacionalizada. Eduardo destacou, por exemplo, que o País possuí mais de 300 mil agentes de saúde e endemias, muitos deles ainda andando com uma prancheta e um colete desbotado. “Era hora, ministro, de qualificá-los, conceber tecnologia a esses profissionais”, disse Amorim.
Ricardo Barros respondeu ao senador sobre a política de recursos humanos. Segundo ele, o ministério já tem uma proposta de carreira médica que conflita na Constituição com a irredutibilidade do salário. “As carreiras médicas precisariam iniciar com um salário muito alto, mas a irredutibilidade do salário nos impede de promover alterações. Já existem vários discursos sobre carreira médica, mas ainda não encontramos juridicamente uma solução”, explicou o ministro.
Em defesa dos agentes, o senador afirmou que os profissionais conhecem as famílias e podem fornecer informações delas, do secretário de Saúde ao Ministro. “Temos um exército e não usamos. Os agentes poderiam notificar um tipo de doença, ou se naquela família tem alguém desempregado”, explicou, ao dizer que “eles devem entrar na linha de prioridade do ministério”.
Sobre os agentes, o ministro disse que já está em processo avançado a contratação de informatização para todos os municípios brasileiros. Segundo ele, custará R$ 1,5 bilhão de investimento anual, com perspectiva de economizar R$ 20 bilhões. “Os agentes de saúde terão seus tablets para lançar imediatamente informações da coleta nas comunidades, mas é preciso que a unidade básica também tenha o computador para a conectividade”, disse Barros.
Eduardo Amorim também cobrou do ministro Ricardo Barros a criação de uma carreira de Estado para profissionais da Saúde. “Eu, como médico, desejaria trabalhar apenas em um hospital e não em diversos lugares no mesmo dia. Para que isso ocorresse a contento, os profissionais deveriam ter uma retribuição salarial mínima. É hora de unificar, com dedicação exclusiva”, defendeu.
Oncologia
O senador também ressaltou a importância dos 80 aceleradores lineares, comprados em 2012 pelo Estado brasileiro. “Na oncologia tem uma placa de um acelerador linear, Sergipe teria sido contemplado. O que lá está é do século passado e constantemente quebra. Com essa deficiência, as filas só aumentam. Vivemos um caos na Saúde de Sergipe”, relatou Amorim, cobrando uma posição sobre a entrega dos aparelhos.
Em resposta, Barros afirmou que já entregou cinco aparelhos Brasil afora, e que o acelerador a ser do Hospital de Urgência tem previsão de entrega para dezembro deste ano.
* Da assessoria do senador Eduardo Amorim.