Apelo emocional em discurso no Senado será último recurso de Dilma para tentar evitar impeachment
Brasília (DF) – O ato final do teatro que vem sido protagonizado pela presidente afastada Dilma Rousseff em sua defesa contra o impeachment está marcado para a próxima segunda-feira (29). Em seu último discurso antes da decisão do Senado, a petista pretende apelar para a emoção, batendo novamente na tecla de que o processo foi criado de maneira artificial para tirá-la do cargo, após “vingança” e “chantagem” do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). As informações são de reportagem desta sexta-feira (26) do jornal Folha de S. Paulo.
O objetivo de Dilma é fazer um discurso menos técnico e jurídico, estilo ao qual está mais acostumada, e apostar em uma fala emocional sobre a sua trajetória política. Para isso, a petista tem até mesmo lido textos do ex-presidente Getúlio Vargas, em busca de inspiração. Para pesar no viés sentimental, Dilma também contará com a ajuda de seu mentor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desembarca em Brasília no domingo (28) para fechar o texto final do pronunciamento e ainda tentar articular o apoio de senadores indecisos à presidente afastada.
Além de tentar classificar o impeachment como uma “ameaça” a estabilidade jurídica e democrática do país, dizendo que o processo deixará “marcas” na história do Brasil, Dilma também estaria determinada a transformar seu discurso em um “registro histórico” para as gerações futuras.
Para o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP), histórico será o momento em que o Senado Federal confirmar o afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República.
“Eu diria que, realmente, é um momento histórico para a democracia brasileira: quando a população nas ruas repudia um governo que foi na contramão dos interesses do país, mentiu ao país, utilizou-se da máquina do Estado em interesse de um partido. A consolidação da democracia vai se dar a partir de terça-feira. Não há discurso, nem presença, nem justificativa técnica ou emocional que tire o Brasil de uma rota de recuperação na ausência daqueles que foram os grandes responsáveis pela situação econômica, social, pública e ética que o país está vivendo hoje, que são os membros do PT, o ex-presidente Lula e, especialmente, a presidente afastada Dilma”, avaliou o tucano.
O parlamentar reiterou que nem a chantagem emocional que Dilma pretende protagonizar, na tentativa de sensibilizar a opinião pública, nem a presença do ex-presidente Lula no plenário do Senado serão suficientes para salvar a petista da vontade soberana do povo brasileiro. Em sua visão, um cenário em que a petista consiga voltar ao poder é inimaginável.
“Não há discurso, apelo emocional, que tire o país dessa rota: a rota do afastamento definitivo da presidente Dilma. Não passa pela cabeça de ninguém a presidente Dilma voltar e reformular ministérios novamente, recomeçar uma lógica diferenciada. Não existe essa hipótese. Portanto, com segurança, por mais de 60 votos, ela será afastada definitivamente do governo para que a gente possa retomar a credibilidade do país, que passou por maus bocados na mão desse pessoal”, completou Macris.
Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Folha de S. Paulo.