Após 22 anos, desigualdade social volta a crescer no Brasil

Notícias - 15/03/2017

Pela primeira vez em 22 anos, a desigualdade social cresceu no Brasil, provocada pelo desemprego recorde em todo o país. O fenômeno foi identificado pela FGV Social, por meio do cálculo do Índice Gini, instrumento utilizado para medir a distribuição de renda. O indicador varia de zero a um, e quanto mais perto de zero, mais igual é considerada a sociedade. No ano passado, o índice teve uma alta de 1,6% em relação ao ano anterior. Com isso, o Brasil voltou três anos no tempo e anulou a redução da desigualdade registrada entre 2014 e 2015.  

O deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO) observa que esse resultado coincide com o momento em que a crise se instalou no mercado de trabalho, provocada pela má condução da economia pelos governos do PT ao longo de 13 anos no comando do país.

“O aumento do Índice Gini nesse exato momento nada mais é do que refletir toda essa situação caótica que o país vai vivenciando desde que o PT, em especial a última gestão da ex-presidente Dilma, que criou toda aquela nova matriz econômica, que só fez afundar o país.”

Nesse cálculo, os mais pobres são os mais penalizados. Em 2015, a renda dos 5% mais pobres do país já havia caído 14%, e a pobreza aumentou 19%. Isso ocorre porque, na recessão, a fatia da população economicamente vulnerável é quem perde primeiro o emprego, e quando é reinserida no mercado de trabalho, acaba assumindo uma ocupação inferior, resultando também em queda na renda. Para Giuseppe Vecci, é visível a forte correlação entre a queda dos índices sociais e o impacto severo na população de baixa renda.

“Com a queda do PIB, você teve o PIB per capita diminuindo, com a falta de investimento, se diminuiu consideravelmente a possibilidade de geração de renda e emprego no país, e isso reflete claramente nas pessoas que têm dependência maior de sobrevivência econômica. E esse segmento é do da população carente, de baixa renda”, afirmou o tucano.

Além do Índice Gini, o indicador de bem-estar medido pela FGV Social – que analisa os efeitos do crescimento da renda – registra queda há dois anos. A expectativa de analistas é de que, com a desaceleração da inflação, a queda na renda também diminua e se estabilize.

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15/03/2017