Após Dilma, inflação atinge menor índice no país desde 1994
Uma das maiores inimigas do orçamento familiar, a inflação oficial – medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – perdeu força no país e ficou em 0,25% em março, taxa menor que a acumulada em fevereiro, quando chegou a 0,33%. Outro recorde verificado para o período foi o de inflação para o 1º trimestre deste ano, que ficou em 0,96%. É o menor índice inflacionário para o primeiro trimestre do ano desde 1994, época do Plano Real implantado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A taxa também está bem abaixo da registrada no mesmo mês do ano passado, quando atingiu 0,43% – época em que o governo Dilma Rousseff deixou como “herança” ao Brasil índices recordes de inflação.
Na prática, isso significa que a pressão sobre os preços está cada vez menor, especialmente no grupo de alimentação e bebidas, de maior necessidade do consumidor. Esses itens apresentaram aceleração de 0,34% em março deste ano. Em 2016, essa alta havia sido de 4,65% para o mesmo período.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (7). Para o senador Eduardo Amorim (PSDB-SE), é um alívio constatar que o impacto da inflação nas despesas dos brasileiros está cada vez menor. Ele ressalta a participação dos ajustes econômicos do governo nesse resultado.
“Não é só a crise e a falta de consumo. Na minha opinião, o que contribuiu para isso foi o controle dos gastos, já que são o governo público e o Estado os grandes responsáveis pelo controle da inflação no país”, afirmou o senador.
Apesar de os economistas não descartarem que o consumo menor também influencia nesse resultado, Eduardo Amorim lembra que o país foi entregue ao novo governo com índices galopantes de inflação, em um quadro crítico que será revertido gradativamente.
“Ele realmente pegou o país em uma situação difícil. Eu acho que só o controle dos gastos já ajudou muito no controle da inflação e a expectativa é de melhora. Mas eu acho que, para isso, as reformas precisam de continuidade, principalmente a tributária. Em um país como o nosso, onde existem mais de 90 tipos de tributos, é um verdadeiro absurdo. O governo deve continuar trilhando essa busca pelo caminho dos ajustes fiscal e tributário.”
Os itens que figuram entre os vilões da inflação no mês passado são a energia elétrica, com alta de 4,43%, e o preço do botijão de gás, que elevou as despesas com habitação.