“Argumentação de ‘erro histórico’ é tentativa de Lula se vitimizar”, diz tucano sobre novo recurso do petista
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entraram com um pedido nesta segunda-feira (6) para que o Supremo Tribunal Federal (STF) reveja a decisão do ministro Gilmar Mendes que suspendeu a nomeação e a posse do petista como ministro-chefe da Casa Civil no governo Dilma Rousseff. Lula quer ser considerado ex-ministro e classificou a decisão de Gilmar na ocasião como “erro histórico”. O ministro do STF já havia rejeitado um recurso apresentado pelos advogados do petista anteriormente. Agora, a defesa de Lula pede que o novo recurso seja analisado pelo plenário da Suprema Corte.
Gilmar Mendes considerou a nomeação do petista para o cargo como uma tentativa de “fraudar a Constituição”, já que Lula estava sendo investigado pela Operação Lava Jato e, sendo empossado como ministro, ganharia foro privilegiado – saindo da alçada de julgamento do juiz federal Sérgio Moro, que comanda a Lava Jato. Mendes também levou em consideração um telefona gravado entre Lula e Dilma em que fica claro que ambos temiam a prisão do petista, o que teria feito com que Dilma enviasse com antecedência o documento de posse para ser assinado pelo ex-presidente.
O deputado federal Wherles Rocha (PSDB-AC) não acredita que a defesa de Lula conseguirá reverter a decisão do STF e afirma que este novo recurso é mais uma tentativa do petista de passar a imagem de vítima.
“O que eu vejo é a tentativa a todo custo de se vitimizar. Essa argumentação de ‘erro histórico’ comprova isso. Na verdade, o que falta para o Lula são argumentos técnicos consistentes para uma boa defesa. Sem esses fatos, ele está apelando para tentar passar a imagem de que sofreu uma injustiça. Ele está desesperado”, disse.
O tucano considerou a decisão do ministro do STF perfeita e devidamente embasada. “Ficou mais do que clara nas gravações dos telefonemas entre Lula e Dilma a intenção de obstrução dos trabalhos da Justiça. Sem dúvida, houve a intenção de dar foro privilegiado para Lula no sentido retardar o processo criminal contra ele. A tentativa de mudar a decisão da Corte é querer passar para a população um papel de vítima que não lhe cabe. A falta de argumentos jurídicos sólidos vai impedir os planos da defesa de Lula de darem certo”, concluiu.