Aumenta a repressão do governo Maduro a manifestantes na Venezuela

Notícias - 16/05/2017
epa05312902 Venezuelan President Nicolas Maduro speaks during a press conference at the Miraflores Presidential Palace in Caracas, Venezuela, 17 May 2016. Maduro denounced the violation of Venezuelan airspace by US airplanes that flew over illegally two times in the last week. EPA/MIGUEL GUTIERREZ

Mais um jovem morreu nesta segunda-feira durante os protestos contra o governo venezuelano comandado por Nicolás Maduro. De acordo com o Ministério Público do país, subiu para 39 o número de mortes decorrentes da repressão praticada pela polícia contra aqueles que não concordam com o regime do líder venezuelano. A informação é contestada pelos representantes da oposição, que apontam um número de óbitos superior a 40 e centenas de feridos e detidos. O deputado federal Rocha (PSDB-AC), membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, rechaça as ações do presidente Maduro. Rocha defende a antecipação das eleições na Venezuela para aí então o povo ter a democracia restabelecida.

“A situação da Venezuela é caótica. Nós já tivemos segundo dados não confirmados pelo governo, mas a imprensa divulga mais de 40 mortes nesses confrontos. Pessoas que estão lutando e pedindo uma coisa só: democracia. O Brasil tem como parceiro estratégico da Venezuela a possibilidade de pressionar o governo venezuelano no sentido em que se respeite primeiro os direitos e garantias individuais e depois marque as eleições como pede a grande maioria da população venezuelana, que não aguenta mais a incompetência e o desgoverno”, declarou.

Pelo menos 114 prisioneiros políticos estão detidos na Venezuela, de acordo com a Fórum Penal, uma organização de direitos humanos que monitora prisões políticas no país. No ano passado, eram 89. Diante da grave crise, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nessa segunda-feira a convocação de uma reunião de consulta de chanceleres sobre a situação da Venezuela para o dia 31 de maio na sede do organismo em Washington. Em abril, a Venezuela solicitou a sua saída da organização, precisamente pela aprovação da convocação da reunião de chanceleres sobre sua crise no último dia 26 de abril. A saída da Venezuela da organização não será efetiva até 2019. Rocha acredita que a intervenção externa pode estabelecer a ordem no país.

“A comunidade internacional não pode ficar de braços cruzados, tem que intervir porque lá pessoas estão morrendo, o Estado praticamente ruiu. Se não houver uma interferência externa, eu não sei a que ponto vai chegar essa crise na Venezuela”, afirmou.

Rocha afirma ainda que o problema ultrapassa as barreiras políticas e econômicas. Ele destaca a crise humanitária vivenciada pela população, que enfrenta escassez de remédios e alimentos. O parlamentar tucano cita também aumento intenso de mortalidade infantil e de mulheres no parto, além de casos de doenças como malária e difteria, por conta do sucateamento da saúde no país. Em busca de sobrevivência, muitos venezuelanos vêm cruzando a fronteira com a Colômbia ou o Brasil para comprar remédios e buscar tratamento.

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16/05/2017