Aumenta a repressão do governo Maduro a manifestantes na Venezuela

Mais um jovem morreu nesta segunda-feira durante os protestos contra o governo venezuelano comandado por Nicolás Maduro. De acordo com o Ministério Público do país, subiu para 39 o número de mortes decorrentes da repressão praticada pela polícia contra aqueles que não concordam com o regime do líder venezuelano. A informação é contestada pelos representantes da oposição, que apontam um número de óbitos superior a 40 e centenas de feridos e detidos. O deputado federal Rocha (PSDB-AC), membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, rechaça as ações do presidente Maduro. Rocha defende a antecipação das eleições na Venezuela para aí então o povo ter a democracia restabelecida.
“A situação da Venezuela é caótica. Nós já tivemos segundo dados não confirmados pelo governo, mas a imprensa divulga mais de 40 mortes nesses confrontos. Pessoas que estão lutando e pedindo uma coisa só: democracia. O Brasil tem como parceiro estratégico da Venezuela a possibilidade de pressionar o governo venezuelano no sentido em que se respeite primeiro os direitos e garantias individuais e depois marque as eleições como pede a grande maioria da população venezuelana, que não aguenta mais a incompetência e o desgoverno”, declarou.
Pelo menos 114 prisioneiros políticos estão detidos na Venezuela, de acordo com a Fórum Penal, uma organização de direitos humanos que monitora prisões políticas no país. No ano passado, eram 89. Diante da grave crise, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nessa segunda-feira a convocação de uma reunião de consulta de chanceleres sobre a situação da Venezuela para o dia 31 de maio na sede do organismo em Washington. Em abril, a Venezuela solicitou a sua saída da organização, precisamente pela aprovação da convocação da reunião de chanceleres sobre sua crise no último dia 26 de abril. A saída da Venezuela da organização não será efetiva até 2019. Rocha acredita que a intervenção externa pode estabelecer a ordem no país.
“A comunidade internacional não pode ficar de braços cruzados, tem que intervir porque lá pessoas estão morrendo, o Estado praticamente ruiu. Se não houver uma interferência externa, eu não sei a que ponto vai chegar essa crise na Venezuela”, afirmou.
Rocha afirma ainda que o problema ultrapassa as barreiras políticas e econômicas. Ele destaca a crise humanitária vivenciada pela população, que enfrenta escassez de remédios e alimentos. O parlamentar tucano cita também aumento intenso de mortalidade infantil e de mulheres no parto, além de casos de doenças como malária e difteria, por conta do sucateamento da saúde no país. Em busca de sobrevivência, muitos venezuelanos vêm cruzando a fronteira com a Colômbia ou o Brasil para comprar remédios e buscar tratamento.