Barusco confirma que propina para PT estava “institucionalizada” na Petrobras
O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco confirmou, nesta segunda-feira (10), que a obra da reforma do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da estatal (Cenpes), no Rio de Janeiro, envolveu pagamentos de 2% ao PT e aos agentes públicos apadrinhados pelo partido na empresa. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o delator também disse que a propina para o PT estava “institucionalizada” na Petrobras.
Para o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), Barusco é um elemento-chave na comprovação dos crimes praticados pelo partido no esquema de corrupção instalado na Petrobras, conhecido como o “petrolão”. “Pedro Barusco foi uma peça importante na deflagração da Lava Jato. Recordo na CPI da Petrobras a revelação de toda engrenagem, da qual ele fazia parte, para oficializar a transferência através desse método corrupto de recursos públicos da estatal para o PT e para seus apadrinhados. Eles se reuniam em hotéis no Rio de Janeiro e fixavam um percentual de cada obra, por isso não me surpreende ele afirmar que o cotidiano das obras da Petrobras já tinha como ingrediente a supressão de recursos de valores públicos para o partido”, disse o tucano.
De acordo com matéria do jornal O Estado de S.Paulo, as obras foram avaliadas em R$ 850 milhões na época da licitação, em 2008, mas custaram na verdade R$ 1 bilhão e foram executadas por um consórcio formado pela OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia, Construcap CCPS Engenharia e Schahin Engenharia. Barusco também confessou ser uma espécie de contador da propina na Diretoria de Serviços da estatal – cota do PT no esquema de corrupção alvo da Operação Lava Jato – e reafirmou que o partido recebeu quase R$ 200 milhões em propinas em 10 anos, via contratos de sua área.
“É bom lembrar que o Barusco era uma elemento de quarto escalão na Petrobras que devolveu aos cofres públicos na delação premiada R$ 100 milhões, imagina o que os primeiros escalões da estatais suprimiram de recursos da sociedade”, ressaltou Otávio Leite.
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