Berzoini participou de reunião para obstruir CPI da Petrobras, diz Léo Pinheiro
Brasília (DF) – O ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, afirmou em depoimento nesta terça-feira (13) ao juiz Sérgio Moro que o ex-ministro do governo Dilma Rousseff Ricardo Berzoini participou de reunião em que foi discutida a blindagem ao governo da petista e às empreiteiras nas investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, ocorrida em 2014. Segundo o empreiteiro, Berzoini teria pedido ajuda de empresas para que as investigações não prejudicassem o governo.
De acordo com o jornal O Globo desta quarta (14), o encontro ocorreu na casa ex-senador Gim Argello (PTB-DF), em Brasília, com a presença do também ex-senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Na reunião, o ex-ministro expôs sua preocupação com a possibilidade de a CPMI atingir a petista.
Pinheiro afirmou ter tido a “clara impressão” de que a presença do ex-ministro era um instrumento de pressão. “Eu tive a clara impressão, após essa reunião, no instrumento de pressão: a presença de um ministro de Estado, que não é fato normal na casa de um senador e com a presença de um empresário de uma empresa que está sendo investigada”, declarou.
Para o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), os novos indícios da tentativa do PT de tentar conter o avanço das investigações da CPI da Petrobras é “lamentável”, mas não causa surpresa.
“A cada dia que se avança nas delações premiadas, fica ainda mais comprovado o envolvimento da ex-presidente Dilma e do ex-presidente Lula. Não é surpresa para a gente porque o PSDB vinha sempre denunciando todo esse esquema de corrupção dentro do governo. Na época da campanha, nosso candidato Aécio Neves já mostrava à população a falta de credibilidade do PT, um partido que votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal justamente para tentar se perpetuar no poder”, afirmou.
O tucano também reiterou a importância e o apoio do PSDB às investigações da Operação Lava Jato. “Creio que todo esse esclarecimento e o trabalho que vem sendo feito pelo Judiciário e pela Polícia Federal está sendo bastante positivo nesse sentido de prosseguir com as investigações. Nós precisamos elucidar e fazer com que o Brasil possa ter a retomada do desenvolvimento. Mesmo sem saber oficialmente, a gente já sentia toda essa podridão com os indícios de que ministros e candidatos do PT utilizavam recursos da máquina pública para se promover. É absurdo”, lamentou.
Pinheiro é réu em ação penal da 28ª fase da Lava Jato e responde por corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais e obstrução à investigação. O ex-presidente da OAS é acusado de pagar propina para o ex-senador Gim Argello para não ser convocado para a CPMI da Petrobras.