Brasil precisa de um choque fiscal, não de um pacote de faz de conta

Após um enorme vai-não-vai que se estendeu por mais de mês, o pacote do corte de gastos do governo federal parece que se esqueceu de cortar gastos. Basta ver como o mercado financeiro recebeu as medidas: dólar batendo recorde, bolsa despencando e credibilidade da equipe econômica à míngua.
O mundo político, o mercado financeiro e todo brasileiro preocupado com o futuro do país espera que seu governo seja responsável com as contas públicas. Economizar é uma tarefa difícil para quem só pensa em gastar e aumentar impostos para gastar ainda mais, como tem sido a tônica da gestão lulo-petista. Os cortes são necessários e mais que urgentes. O Brasil não aguenta mais déficit.
Mas como de onde nada se espera é daí que não sai nada mesmo, como dizia Barão de Itararé, pseudônimo do jornalista Apparício Torelly, ficaram de fora áreas onde os cortes são necessários, possíveis e desejáveis, mas que, na hora de assumir as responsabilidades, o governo faz de conta que não sabe que existem. O Brasil precisa de um verdadeiro choque fiscal, não de um pacote de faz de conta.
O que o governo “esqueceu” de colocar no pacote?
– Gastos supérfluos da Presidência;
– Subsídios fiscais, que consomem mais de R$ 300 bilhões todos os anos;
– Déficit das estatais, que já acumulam o maior rombo em 15 anos, chegando R$ 3,7 bilhões em 2024 nas contas do próprio governo, ou mais de R$ 7 bilhões nos cálculos do mercado, sem contar a recém-descoberta pedalada fiscal da Telebrás, um crime que ainda haverá de ser apurado com rigor;
– A própria existência de tantas estatais. Hoje são mais de cem empresas do governo, tantas que nem mesmo o presidente da Repúblicas deve saber o que fazer.
Fato é que responsabilidade com o dinheiro público como o país espera, o Brasil só viu uma vez, quando o PSDB foi governo.
Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB