“Brasil precisa de um novo pacto pela Educação”, afirma Nilson Pinto

Notícias - 31/07/2018
Foto: Cleia Viana (CD)

Brasília (DF) – Metade dos professores brasileiros não recomenda a própria profissão por considerá-la desvalorizada. De acordo com a pesquisa “Profissão Docente”, divulgada nesta segunda-feira (30), os fatores de decisão pela carreira indicam principalmente uma escolha consciente, relacionada mais ao prazer de ensinar e transmitir conhecimento, mas, para alguns entrevistados, também é uma questão de falta de outras opções. As informações são do portal G1 desta terça (31).

Foram entrevistados 2.160 professores da Educação Básica das redes públicas municipais e estaduais e da rede privada de todo o país. A amostra respeitou ainda a proporção de docentes em cada rede, etapa de ensino e região do país, segundo os dados do Censo Escolar da Educação Básica (MEC/Inep).

O professor e deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA) lamentou o cenário da educação e afirmou que o legado do governo petista para a área foi crucial para a insatisfação dos docentes.

“O Brasil precisa fazer um novo pacto pela Educação. Ao longo de 14 anos de governo do PT, o Brasil trilhou descaminhos, confundiu valores e se perdeu na trajetória. O resultado foi uma decepção generalizada, inclusive dos professores, e um desempenho ruim atestado por todos os exames de avaliação nacionais e internacionais”, destacou.

Segundo a reportagem, 49% dos entrevistados “certamente não recomendariam” a profissão para um jovem. Entre algumas das palavras mais usadas pelos professores para as razões de recomendação ou não da profissão docente, se destacam as relacionadas à não recomendação, como a valorização, o salário e o reconhecimento.

O estudo mostra ainda que a maioria dos professores das escolas públicas não veem comprometimento das secretarias de Educação com a melhora de aprendizagem dos alunos, além de não estarem alinhadas à realidade das escolas.

No geral, a insatisfação com os órgãos centrais dos governos estaduais e municipais é até superior ao conhecido descontentamento com as condições de trabalho. Segundo a pesquisa, o que os professores mais querem é a maior oferta de qualificação profissional e serem ouvidos nas discussões e construções das políticas públicas.

Na avaliação do tucano, a proximidade de um novo governo a partir do ano que vem traz a esperança de que a educação passe a ser prioridade na gestão federal. “É hora de parar para pensar e refazer nossa Educação, com um governo novo, com legitimidade e condições de puxar essa discussão. Esse é um tema inadiável para o Brasil”, disse.

Levando em conta apenas os profissionais das escolas públicas, 59% indicam que as secretarias de Educação não estão efetivamente preocupadas com a melhoria da aprendizagem dos alunos. Para 66% dos docentes, os programas das pastas não estão alinhados com a realidade das escolas; 63% acha que as secretarias falham em dar continuidade a bons programas e 65% entendem que os governos não costumam realizar ajustes em seus programas quando estes não funcionam bem.

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31/07/2018