Brasil quer flexibilização de acordos bilaterais entre sócios do Mercosul e outros países

Imprensa - 19/08/2016

jose serra foto gerdan wesley 3Brasília (DF) – Em reunião que vai acontecer na próxima terça-feira (23), em Montevidéu, entre representantes dos países fundadores do Mercosul, o governo brasileiro pretende propor a flexibilização dos acordos bilaterais entre sócios do bloco e outros países. Atualmente, os países do Mercosul não podem negociar acordos em separado que comprometam a chamada Tarifa Externa Comum (TEC), usada no comércio com países que não fazem parte do bloco.

Segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (19) pelo jornal O Globo, a saída encontrada pelos países nos últimos anos tem sido fechar tratados mais amplos, que incluem não apenas reduções nas alíquotas de importação, mas também compras governamentais, investimentos e serviços. Outra das propostas seria a permissão de que os associados possam concluir negociações com um determinado país em momentos diferentes. Pela regra atual, todos são obrigados a entrar em acordo ao mesmo tempo.

Outra questão que deve ser tratada no encontro é a resistência de Brasil, Argentina e Paraguai à Venezuela, que pode assumir a presidência temporária do bloco. O argumento brasileiro é que Caracas não conseguiu cumprir o prazo para se adequar às normas necessárias e se tornar membro pleno do Mercosul. Por conta disso, o país pode ser rebaixado ao status de mero associado, portanto sem direito a voto.

Ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra defende que o Mercosul seja administrado por um colegiado de representantes dos quatro países fundadores. Para o tucano, o mundo democrático deve pressionar a Venezuela a realizar o plebiscito que pode levar à alternância de poder no país. O governo do presidente em exercício Michel Temer já tem começado a se afastar de países considerados autoritários, como Venezuela e Cuba, aliados históricos do PT, se aproximando da Argentina e da Colômbia.

Vale lembrar que a Venezuela é fortemente criticada também na questão da expansão do comércio entre o Mercosul e parceiros internacionais. Isso porque a queda de governos de esquerda e a perda de apoio fizeram o país embarreirar negociações que já foram fechadas.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal O Globo.

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19/08/2016