Brasil vai criar centro de acolhimento para venezuelanos na fronteira

Brasília (DF) – Em resposta à crise na Venezuela que tem elevado o número de pessoas em busca de refúgio no Brasil, o governo federal resolveu instalar um centro de acolhimento provisório para venezuelanos em Pacaraima (RR), na fronteira entre os dois países e um dos principais pontos de entrada de imigrantes. As informações são de reportagem desta terça-feira (30) do jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com a publicação, uma equipe de técnicos dos ministérios das Relações Exteriores, Justiça, Saúde, Desenvolvimento Social e da Funai seguiram nesta segunda-feira (29) para Roraima, com o objetivo de determinar o número de venezuelanos no local e que tipo de ajuda poderá ser prestada. A ideia é usar um imóvel já existente para oferecer abrigo e alimentação aos imigrantes. Em Boa Vista, capital do estado, já foram instaladas 75 barracas, onde dormem cerca de 200 pessoas.
A situação na Venezuela é tão caótica que alguns setores do governo brasileiro chegaram a defender a proposta de levar ao Alto-Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) um projeto de criação de um campo de refugiados. Segundo o ministro do Desenvolvimento Social brasileiro, Osmar Terra, existe o risco de milhares de venezuelanos atravessarem a fronteira, e o município não está preparado para a demanda crescente. No total, R$ 400 mil já foram enviados para o estado pela pasta para atendimento social. “O aumento diário da demanda exige planejamento maior”, disse Terra.
Dados do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça, revelam que até novembro deste ano estão agendadas mais de 7 mil entrevistas de pedidos de refúgio no Brasil por venezuelanos. De janeiro a março, mais de mil pessoas pediram abrigo em Roraima.
Diálogo
Visando discutir alternativas para restabelecer o diálogo entre o governo e a oposição na Venezuela, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), participará, nesta quarta (31), de uma reunião de chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA). Umas das propostas que será debatida, defendida pelo tucano, é a criação de um grupo de países amigos, a exemplo do que foi feito em 2003.
Em nota, o Itamaraty informou que no dia seguinte o chanceler terá um encontro com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, para “avaliar os resultados e o seguimento” da reunião.
Leia AQUI a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.