Bumlai tenta blindar Lula, mas envolve família do petista em obra de sítio

Imprensa - 18/08/2016

VC-Bumlai-20151201-3-850x566O pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Operação Lava Jato por empréstimo fraudulento que pode ter beneficiado o PT, disse à Polícia Federal, na quarta-feira (17) que pagou por obras no sítio frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no município de Atibaia, em São Paulo, a pedido de Marisa Letícia, esposa do petista. Segundo Bumlai, o acordo foi cancelado após telefonema de Aurélio Pimentel, segurança da então primeira dama, que disse que Marisa estava irritada com a lentidão da obra e preferia acionar “uma construtora de verdade”. A partir de então, as construtoras Odebrecht e OAS assumiram os serviços. Para o deputado federal Paulo Martins (PSDB-PR), Bumlai continua tentando proteger Lula do envolvimento com a reforma no sítio.

“Onde está escrito ‘Marisa Letícia’ é, na verdade, o Lula. Por mais que Bumlai cite apenas a Marisa, a realidade é que ele está falando exatamente do ex-presidente. E o que resta a ele é blindá-lo. Mas essa é uma estratégia que não vai funcionar, porque a cada dia que passa mais evidências surgem e a realidade sempre se impõe”, destacou o parlamentar.

Em depoimento, Bumlai disse ainda que Marisa queria a obra pronta rapidamente para que o sítio pudesse abrigar parte da mudança dela e do ex-presidente de Brasília para São Paulo após o fim do mandato presidencial. Mas apesar das adaptações no sítio para a família de Lula, os advogados afirmam que a investigação já deveria ter sido encerrada e que a Lava Jato já não pode ter dúvidas sobre a propriedade do sítio, pois Jonas Suassuna e Fernando Bittar comprovaram serem donos do imóvel. Paulo Martins contesta a defesa do petista, e afirma que há evidências suficientes que mostram que Lula exerce a propriedade do imóvel.

“O Lula é a pessoa mais protegida da história do país. Ele apresenta documentos que demonstram que a propriedade é de outra pessoa. Mas quem exercia a propriedade, na prática, era ele. Isso só prova o quanto é dissimulado, como desdenha da legislação do país e alimenta a prática de enganar. O que resta à defesa, diante de tantas evidências, é mentir”, afirmou o deputado.

A força-tarefa da Lava Jato suspeita que a propriedade em Atibaia seja do ex-presidente e que tenha sido omitida nas declarações de renda. O imóvel foi reformado em 2011 e 2014 por duas empreiteiras investigadas por cartel e corrupção na Petrobras e por Bumlai.

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18/08/2016