Cássio: “O Senado fará justiça e condenará Dilma por seus graves crimes”

Imprensa - 31/08/2016

Cassio Cunha Lima FOTO Gerdan Wesley-LidSenBrasília – “A maior fraude da história do Brasil que foi praticada para enganar e iludir o nosso povo, diante de uma campanha mentirosa, não ficará impune! Respeitaremos a lei, cumpriremos a Constituição e, o Senado da República fará justiça e condenará a presidente Dilma Rousseff pelos graves crimes que ela cometeu”. Essas foram as palavras do líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), ao discursar no Plenário, nesta terça-feira (30), véspera da votação final do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Cássio o relatou as consequências dos crimes de responsabilidade pelos quais a petista é acusada – as operações de crédito irregulares com bancos públicos, chamadas “pedaladas fiscais”, e a abertura de créditos suplementares incompatíveis com a meta fiscal e sem autorização do Legislativo. O líder também lembrou que foram “as ruas” o fator responsável pelo impeachment de Dilma.

“Passada a eleição e as revelações da Lava Jato, o que aconteceu? Milhões e milhões de brasileiros que foram às ruas para manifestar a sua indignação. E é isso que incomoda o PT! É isso que incomoda o Governo, porque eles perderam as ruas, e se achavam proprietários dela, achavam-se os únicos defensores do povo brasileiro, do povo mais pobre. E foi a rua e a sociedade que fizeram o impeachment porque, se dependesse do presidente da Câmara dos Deputados afastado, que arquivou dezenas de pedidos, esse impeachment não teria saído. Ele arquivou dezenas de pedidos e deferiu parcialmente apenas um”, declarou.

TSE

O líder do PSDB afirmou que se Dilma não sofresse impeachment ela seria cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido a fraudes na campanha de sua reeleição.

“Se não fosse o impeachment, a presidente Dilma cairia por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Ela seria cassada pela Justiça Eleitoral dado o volume de provas que lá já se encontram e provam que a eleição dela foi maculada. E por que ela responde a esse processo? Por uma razão simples: para que pudesse ocorrer verossimilhança ao que havia sido dito na campanha eleitoral porque para sustentar as mentiras que foram ditas durante a campanha eleitoral eles fraudaram a contabilidade pública. Foi o que a doutora Janaina Paschoal, com brilhantismo e emoção, trouxe em nome do povo brasileiro, porque estamos aqui para defender o povo. Não estamos aqui para acusar ninguém. Ocupo esta tribuna para defender o povo do Brasil, para defender o povo da Paraíba, para mostrar que toda a fraude fiscal foi feita para maquiar a contabilidade pública para dar verossimilhança às mentiras pregadas na campanha”, disse Cássio.

Compreensão popular

Em seu discurso, Cássio reconheceu que a população pode não compreender tecnicamente os crimes de responsabilidade que levam ao afastamento de Dilma, mas disse ser de conhecimento público as consequências como, por exemplo, o desemprego e a recessão.

“Talvez a maioria do povo brasileiro não saiba detalhar as acusações, mas sabe dizer as consequências dos crimes que o povo brasileiro sentiu na pele. A defesa quer que o povo brasileiro conheça tecnicismos jurídicos e processuais. Não é papel do povo saber essas questões, mas o povo brasileiro sentiu na pele as consequências desses crimes: o desemprego que não para de crescer, a recessão em três anos consecutivos, o comércio fechando suas portas, as indústrias encerrando suas atividades, os juros na estratosfera, a volta da inflação”.

Repúdio

Cássio repudiou a ação da bancada da minoria parlamentar que vai entrar com representação no Ministério Público Federal e no Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador do Ministério Público da União junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira, e o auditor do TCU, Antônio Costa D’Ávila. Os dois foram depoentes da acusação durante a sessão de julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff e estão sendo acusados pelos senadores de prevaricação e falso testemunho.

“Vejam a que ponto nós chegamos: um servidor público correto, honrado, digno, que trabalhou em cooperação com seus Pares, no estrito dever das suas responsabilidades funcionais, representado por aqueles que arruinaram este País. O doutor Júlio Marcelo não precisa de solidariedade. Não estou aqui para fazê-lo, mas apenas para manifestar o nosso repúdio, o nosso desagravo aos ataques vis dirigidos não apenas ao douto Procurador, mas aos Auditores e Ministros do Tribunal de Contas da União, que não fizeram conluio algum, cumpriram apenas o seu dever funcional de fazer respeitar e cumprir a lei”, afirmou.

*Da Liderança do PSDB no Senado

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31/08/2016