Chanceler uruguaio reconhece mal-entendido sobre Mercosul, diz Serra
De acordo com Rodolfo Nin Novoa, houve um “equívoco” e prevalece a parceria do Brasil com o Uruguai
Brasília (DF) – O ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou nesta quarta-feira (17) que o episódio em que o Uruguai teria acusado o Brasil de tentar comprar o apoio do país vizinho para impedir a Venezuela de assumir o comando do Mercosul foi um “mal-entendido”. De acordo com o chanceler uruguaio Rodolfo Nin Novoa, houve um “equívoco” e prevalece a parceria do Brasil com o Uruguai. As informações são do jornal Valor Econômico desta quinta (18).
Segundo a reportagem, Serra disse que se encontrará com Novoa no próximo dia 23, durante reunião de coordenadores do bloco. “A questão foi esclarecida, não há mais nenhum problema no nosso trabalho conjunto com o Uruguai”, ressaltou o ministro após se reunir com lideranças da oposição venezuelana em Brasília.
O jornal El País informou que o chanceler uruguaio teria acusado Serra de tentar “comprar” o apoio do país à posição brasileira de impedir que a Venezuela assuma a Presidência rotativa do Mercosul. Em julho, Serra foi a Montevidéu com o objetivo de construir uma solução para o impasse em torno do comando pro-tempore do Mercosul.
Pelas regras do bloco, os países-membros se alternam no comando do bloco comercial e, pelo critério de rodízio, seria a vez da Venezuela. A sequência dos países que ocupam o cargo é definida por ordem alfabética e a troca é semestral.
No entanto, Brasil, Argentina e Paraguai se opuseram à transferência temporária para Caracas por acreditarem que o país não respeita os direitos humanos. O Uruguai deixou a Presidência do Mercosul no fim de julho. Desde então, o bloco está sem liderança.
Durante entrevista após uma reunião ontem com os líderes da oposição venezuelana, Serra reafirmou que a Venezuela não cumpriu os requisitos para fazer parte do bloco comercial e, por isso, não pode presidi-lo. “A Venezuela não vai assumir o Mercosul, isso é seguro”, afirmou. Ainda segundo o ministro, o Brasil está procurando uma fórmula para que o bloco seja conduzido até janeiro, quando será a vez de a Argentina assumir o comando rotativo.
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