Com melhora das exportações, economistas já projetam crescimento de 2% no PIB de 2017
Brasília (DF) – Apesar da recessão instalada sob o governo da presidente afastada Dilma Rousseff, a economia brasileira deve retomar o crescimento em 2017. Economistas avaliam que, com o novo governo e a expectativa de um bom desempenho das exportações, deve haver uma expansão de 2%, índice até mais elevado do que o estimado pelo Planalto (1,2%). Na visão desses especialistas, o bom desempenho no mercado externo de diversos setores da indústria pode puxar a recuperação econômica. As informações são do jornal O Globo desta terça-feira (12).
Para o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o desempenho ruim da indústria foi o “epicentro” da crise, e a retomada do crescimento do país passa pela recuperação do setor. “A exportação é o principal motor desse movimento, e a substituição das importações também ajudará”, explicou à reportagem.
A matéria cita um estudo feito pelo economista Rodolfo Margato, do banco Santander. De acordo com a análise, a economia brasileira chegou ao fundo do poço este ano, e, a partir de 2017, os investimentos vão puxar a retomada. Com isso, o Santander prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha expansão de 2% no ano que vem e de 3% em 2018.
Segundo Margato, a taxa básica de juros (Selic) deve ficar em 10% no fim de 2017. “Depois de ter recuado 30% no acumulado entre 2014 e 2016, estimamos que o investimento possa crescer 6% em 2017, com a recuperação da confiança do empresariado e a queda dos juros”, avaliou.
O economista Cristiano Oliveira, do banco Fibra, também vê o comércio exterior como um dos principais fatores da volta do crescimento. Ele estima um crescimento de 2,1% do PIB em 2017. Na avaliação dele, a indústria automotiva está entre os setores cujas exportações devem puxar a retomada. “Como estimamos uma expansão de 2% para o PIB e de apenas 0,5% para a demanda interna, a conclusão é que o setor externo responderá por boa parte desse crescimento”, ressaltou.
A estimativa do economista-chefe para a América Latina do banco BNP Paribas, Marcelo Carvalho, para a expansão do PIB no ano que vem também é de 2%. Segundo ele, a reação virá pelo investimento, já que o consumo das famílias será o último a reagir.
O jornal cita ainda que, com o dólar médio em torno de R$ 3,60 no primeiro semestre, muitos setores já ganharam terreno nas exportações. O Ministério da Agricultura, por exemplo, informou que as vendas do agronegócio somaram US$ 45 bilhões, alta de 4% frente ao mesmo período de 2015. Foi o terceiro melhor resultado da série histórica, iniciada em 1997.
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